Poluição aumenta internação hospitalar

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Por Alan Meguerditchian, do Aprendiz

O aumento da emissão de partículas poluidoras representa um acréscimo de 2,4% nas internações de crianças menores de cinco anos por doenças respiratórias, de 2,1% por pneumonia e de 4,6% por asma. O mesmo aumento está associado ao crescimento nas hospitalizações de idosos por doenças do aparelho circulatório de 1% e de 1,5% para doenças isquêmicas do coração.

"Observou-se uma associação significante entre o aumento no nível de poluentes na atmosfera e o aumento de hospitalizações pelas diversas causas, nos dois grupos etários estudados", explica o pneumologista Nelson Gouveia, professor da faculdade de medicina da Universidade de São Paulo (USP).

Segundo o levantamento feito pelo médico, todos os poluidores ultrapassaram os padrões anuais de qualidade do ar, com exceção do dióxido de enxofre. "O dióxido de enxofre está muito ligado às emissões das indústrias. Como elas têm migrado para fora de São Paulo e as poucas que ficaram são bem controladas, o dado não significa muito. O que é necessário é um controle maior sobre a poluição", explica.

Para Gouveia, estimar o risco para a saúde da população em razão da poluição do ar é o primeiro passo para o planejamento e implementação de ações visando a um ambiente mais saudável. "Quantificar os efeitos da poluição, por exemplo, serve para sensibilizar a população e o governo em torno da questão", diz.

Tal instigação é importante, pois não existem medidas que as pessoas podem tomar individualmente para amenizar a situação. "As sugestões como lenço umedecido são bobagens. É preciso controlar a poluição e a população deve cobrar o poder público, solicitando transporte público de qualidade, por exemplo", conclui.

Em relação às internações registradas, foi possível observar que as doenças circulatórias em idosos vêm em primeiro lugar, seguidas das doenças respiratórias em crianças. Dentre estas, pneumonia foi o diagnóstico mais freqüente. Tais dados apresentaram um padrão sazonal bastante característico, com maiores valores nos meses de inverno.

O pesquisador comparou os dados do Sistema Único de Saúde (SUS) referentes a todas as internações de idosos (pessoas com 65 anos ou mais) e crianças (menores de cinco anos) que ocorreram no período entre de maio de 1996 a abril de 2000, em hospitais do município de São Paulo, com as informações sobre níveis diários de material particulado (PM10), monóxido de carbono (CO), dióxido de enxofre (SO2), dióxido de nitrogênio (NO2) e ozônio (O3) da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb). (Envolverde/Aprendiz)

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