Associated Press - Estadão Online
Integrantes de grupos de direitos dos animais protestaram nesta segunda-feira (14) contra um plano para matar mais de 3 mil cangurus na periferia da capital da Austrália. As autoridades alegam que os marsupiais estão se tornando muito numerosos e por isso há risco de escassez de alimento.
O Departamento de Defesa precisa pagar atiradores profissionais para selecionar os cangurus. Os animais, símbolo da Austrália, são protegidos em áreas determinadas.
A administração de Camberra espera que seja decidido nessa semana a aprovação da matança a fim de prevenir que o número se torne muito grande, disse o porta-voz do governo, Yersheena Nichols.
O Departamento de Defesa experimenta o desenvolvimento de contraceptivos orais para cangurus para tentar reduzir o número de novos marsupiais em um dos locais do subúrbio de Belconnen, declarou o governo em comunicado.
A presidente da entidade Liberação dos Animais (ACT), Mary Hayes, alerta que a decisão pode fazer com que o governo local adquira uma reputação de cruel. "É muito cruel, um caminho violento para tratar dos animais", ela afirmou à radio australiana.
O projeto pretende exterminar em julho 3.200 cangurus da cor cinza, que podem ficar tão altos quanto um homem.
A ativista da coalizão pela proteção dos cangurus, Pat O´Brien, rejeitou o argumento do governo que os cangurus podem ficar sem comida se parte deles não for morta. "É apenas uma desculpa para matá-los", ele opinou.
Em site o governo disse que de fato a área de Camberra abriga uma população de 450 cangurus por quilômetro.
Mais de mil cangurus são mortos nas estradas de Camberra a cada ano em acidentes de tráfego que custam 6 milhões de dólares australianos em danos nos veículos, constatou o governo.
O final da decisão sobre as execuções deverá ser feita pela administração oficial de Russell Watkinson. "Nosso interesse é com o bem-estar dos animais e uma possível falta de alimento", afirmou Watkinson à ABC.