Ave que cruzava o pampa usava correntes de ar quente para voar

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da France Presse, em Chicago

Um pássaro que cortava os céus dos pampas argentinos há seis milhões de anos --do tamanho de um moderno aeroplano e com mais de 65 quilos-- sempre intrigou os paleontólogos, que se questionavam como a ave, a maior do mundo, conseguia manter-se no ar.

Um estudo divulgado na segunda-feira (2) por cientistas americanos sugere que o extinto Argentavis magnificens era basicamente um pássaro planador, que aproveitava as correntes ascendentes de ar mais quente.

"Depois que se lançava em vôo, não havia problema. Podia viajar 200 milhas [320 km] em um dia", disse Sankar Chatterjee, professor de geologia da Tech University e do Museu do Texas em Lubbock, principal autor do estudo.

Chatterjee e uma equipe de pesquisadores analisaram a aerodinâmica da ave pré-histórica introduzindo informações sobre seus parâmetros num programa informatizado de simulação de vôo.

A análise mostrou que o pássaro, como a maior parte das aves terrestres voadoras, era muito grande, mas que podia elevar-se eficientemente, alcançando velocidades de até 108 km/h em condições ideais.

Como os modernos condores, o pássaro se apoiava para pegar vôo nas correntes ascendentes de ar quente dos Andes. O animal também usava colunas ou bolsas de ar ascendentes.

Embora tivesse um comprimento de quase seis metros, seu raio de rotação de 28 metros era suficientemente curto para permitir que se mantivesse dentro de uma corrente de ar enquanto se elevava para, por exemplo, buscar a presa.

"A parte mais difícil era lançar-se em vôo", disse Chatterjee. "Provavelmente usava algumas das técnicas utilizadas pelos pilotos de asa delta, como correr em um terreno inclinado para obter impulso ou correr com o vento a favor",afirmou.

O estudo foi publicado nos anais da Academia Nacional de Ciências.

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