Estado do RS trata menos de 15% do esgoto produzido
novembro 28, 2007
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Um estudo apresentado ontem revelou que 14,77% da população gaúcha dispõem de tratamento de esgoto. O levantamento, feito pela Fundação Getulio Vargas (FGV) a pedido do Instituto Trata Brasil (ITB), colocou o Rio Grande do Sul em 16º lugar no ranking de esgotamento sanitário.
A FGV destacou o Estado entre os piores neste quesito. "É um ponto fora da curva", comentou o coordenador do Centro de Políticas Sociais da FGV, Marcelo Néri. Segundo ele, embora o Rio Grande do Sul seja um estado bem desenvolvido em vários pontos, o acesso a esgoto tratado é baixo.
Por outro lado, São Paulo aparece na ponta de cima, com índice de 85%. Dos 50 municípios com maior taxa de acesso, 44 estão em território paulista. Mesma situação das dez cidades com maior acesso a esgoto, começando por São Caetano do Sul, líder do ranking com 98,64%.
Atualmente, apenas 47% dos brasileiros têm acesso à rede geral de esgoto. "Para uma nação que pretende integrar o grupo de países mais desenvolvidos, o Brasil não pode ficar mais à mercê de estatísticas tão ruins como estas", comentou o presidente do ITB, Luis Felli.
Apesar da gravidade, o avanço da rede de esgoto no País é bem inferior em comparação a outros serviços públicos como o abastecimento de água, coleta de lixo ou eletricidade. O levantamento também demonstra que não só a quantidade, mas a qualidade do serviço de coleta e tratamento de esgoto é inferior a outros serviços públicos. "A ONU já definiu que 2008 será o ano internacional do saneamento básico. Esperamos que seja possível conectar o movimento nacional a essa corrente mundial", declarou Néri.
O Brasil investe apenas um terço do que seria necessário nas obras de ampliação da rede de esgoto - 0,22% do PIB, enquanto o ideal seria 0,63%. E com isso, informou o estudo, o País só conhecerá a universalização do serviço quando comemorar 300 anos de Independência, em 2122.