EUA voltam atrás e aceitam objeções da China e da Índia em Bali

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NUSA DUA - Em uma reviravolta inesperada na reunião sobre mudança climática das Nações Unidas (ONU) em Bali, neste sábado, os Estados Unidos aceitaram as objeções da China e da Índia, que pediram "mais ação" dos países desenvolvidos no combate ao aquecimento global . A objeção sobre a introdução da decisão de Bali - baseada na percepção de que havia uma discrepância entre os fortes compromissos exigidos dos países em desenvolvimento e uma linguagem menos específica sobre as obrigações dos países industrializados - levou a um longo intervalo na plenária. O acordo marca o início de dois anos de negociações por um novo tratado climático global que substitua o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012 - e do qual os EUA não participam, por discordarem das metas de redução de emissões para países ricos.

O encontro, que começou no dia 3 e terminou formalmente na sexta-feira, foi marcado por atritos entre os Estados Unidos, que se opunham a menções a metas específicas nesta etapa, e a União Européia, que defendia que se estabelecesse de antemão a proposta de redução de até 40 por cento nas emissões até 2020. O ministro alemão do Meio Ambiente, Sigmar Gabriel, disse que o preâmbulo ao texto final deve conter uma referência às conclusões deste ano do Painel Intergovernamental da ONU sobre a Mudança Climática, segundo o qual os países ricos deveriam reduzir suas emissões de gases do efeito estufa em 25-40 por cento até 2020. Tanto Gabriel quanto o chefe da delegação dos EUA, Harlan Watson, afirmaram que seriam capazes de "conviver" com essa versão do texto.

A reunião ministerial encarregada de concluir o texto do encontro terminou na madrugada de sábado e será levado à votação dos 189 países participantes numa sessão marcada para o final da manhã.

Os países em desenvolvimento disseram que vão resistir "à pressão e até às ameaças" de alguns países ricos para intensificarem seus esforços contra o aquecimento. O chamado G77, principal grupo de países em desenvolvimento, disse que seus membros não estão preparados para reduzir as emissões resultantes da queima de combustíveis fósseis, pois isso pode ter consequências para o crescimento econômico e o combate à pobreza.

- As pessoas estão negociando, estão fazendo pose, não estão se erguendo acima das posições nacionais entrincheiradas. Estamos simplesmente muito desapontados a esta altura. Estamos terminando com algo tão aguado que não havia necessidade de 12 mil pessoas se reunirem aqui em Bali para ter um texto aguado, poderíamos ter feito isso por email - disse Angus Friday, embaixador de Granada na ONU e presidente da Aliança dos Pequenos Estados Insulares.

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