Terremoto mata centenas na China

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Sismo de 6,9 graus atingiu província remota de Qinghai, matando pelo menos 589 pessoas
 
Jornal do Brasil

Um forte terremoto de 6,9 graus na escala Richter deixou pelo menos 589 mortos e 10 mil feridos ontem na província isolada de Qinghai, no noroeste da China, próximo à região autônoma do Tibete. O epicentro do sismo foi localizado no condado de Yushu, uma região de pastagens com cerca de 100 mil habitantes, localizada a 800 quilômetros de distância da capital da província, Xining.

De acordo com as autoridades, o terremoto ocorreu às 7h49 locais (20h49 de terçafeira em Brasília), e foi seguido de 18 réplicas, algumas chegando a 6,3 graus na escala Richter. Mais de 900 pessoas foram resgatadas com vida dos escombros.

A área atingida, habitada por camponeses e nômades das etnias mongol e tibetana, é sujeita a terremotos.

Dentre os sobreviventes, 635 foram transportados para cidades próximas, e reclamavam das dificuldades para se manterem aquecidos numa altitude que chega a 3 mil metros e onde temperaturas podem ficar abaixo de zero numa inóspita região do Himalaia.

O fornecimento de energia elétrica e água foram cortados, e a estrada para o aeroporto local foi bloqueada por deslizamentos de terra, segundo a agência Xinhua Funcionários do aeroporto de Yushu improvisaram geradores de emergência para restaurar as operações do local. O primeiro de seis voos com equipes e material de resgate aterrisou no final da tarde de ontem. No entanto, a estrada para a cidade continuava bloqueada por um desmoronamento, dificultando o início da operação, enquanto as temperaturas caíam. Dezenas de milhares de habitantes da cidade ficaram sem abrigo, segundo a Xinhua.

– A situação aqui é difícil disse Pu Wu, diretor do Projeto Jinba, que fornece treinamento em cuidados de saúde para comunidades tibetanas.

– Estamos assustados, com pessoas acampadas ao relento esperando pela chegada de mais barracas.

Os hospitais também enfrentam sérias dificuldades pela falta de médicos. Os poucos que se encontram nos centros de atendimento não dispõem de injeções e de medicamentos básicos, disseram testemunhas.

Durante a primeira noite após o terremoto, apenas 3.600 dos 10 mil feridos estavam recebendo tratamento, de acordo com as autoridades locais.

Prioridade

Duas escolas em Yushu desabaram e pelo menos 56 estudantes morreram. O prédio da Escola Vocacional de Yushu foi o que sofreu danos mais graves.

Segundo a agência, 22 alunos da instituição estão mortos.

– Nossa prioridade é salvar os estudantes. As escolas são sempre locais em que há muitas pessoas – disse um comandante militar que participou das operações de resgate .

Sob escombros Na cidade de Gyegu, no condado de Yushu, mais de 85% das construções desabaram, as estradas estão obstruídas por deslizamentos de terra e as comunicações foram dificultadas.

As autoridades locais avaliam que várias pessoas ficaram presas sob os escombros.

O forte sismo e os tremores que se seguiram derrubaram casas, templos, postos de gasolina e postes elétricos.

O porta-voz do governo local, Zhuo Huaxia, disse à Xinhua que as ruas em Jiegu ficaram abarrotadas de pessoas feridas, em pânico, muitos sangrando com ferimentos diversos.

Huaxia informou que o maior problema a ser enfrentado na cidade é a falta de barracas, equipamentos médicos e funcionários de saúde.

O mais violento tremor de terra registrado na China nos últimos anos alcançou a magnitude de 8 graus, em maio de 2008, deixando pelo menos 87 mil mortos ou desaparecidos na província vizinha de Sichuan, não muito distante da área atingida ontem.

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