Mato Grosso puxa aumento de 11,7% no desmatamento da Amazônia

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Considerando apenas o mês de agosto, o índice foi o menor desde 2004
 

Catarina Alencastro - O Globo
 
BRASÍLIA. Dados obtidos pelo sistema Deter de imagens de satélite coletadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelam que o desmatamento na Amazônia entre janeiro e agosto deste ano aumentou 11,7% em relação ao mesmo período do ano passado. A destruição subiu de 1.415 quilômetros quadrados para 1.581 quilômetros quadrados.

 
Nos primeiros oito meses deste ano, o estado que mais contribuiu para o aumento do desmatamento foi Mato Grosso, que destruiu 769 quilômetros quadrados de vegetação nativa, um aumento de 70% com relação ao mesmo período do ano passado. O Pará veio logo atrás (399), seguido por Rondônia (249).

 
Apesar disso, o governo comemorou o fato de a destruição registrada apenas no mês de agosto ser a menor desde 2004, quando a medição mensal começou a ser feita: 164 quilômetros quadrados, redução de 38% comparada a agosto de 2010.

 
- O pequeno desmatamento, abaixo de 6 hectares, tem mantido seu ritmo ao longo dos últimos anos. Ele é constante. Os grandes e médios caíram. Então, as medidas de controle estão sendo direcionadas aos grandes e médios desmatamentos. Vamos centrar nos pequenos desmatamentos - destacou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.

 
Outro sistema usado pelo governo para monitorar o desmatamento, o Prodes, indicou que houve redução entre 2009 e 2010 em relação ao biênio anterior. 


Ontem, o Ministério do Meio Ambiente informou que foram destruídos na Amazônia Legal 7 mil quilômetros quadrados, uma redução de 6,2% em relação ao período 2008/2009. Esse é o menor índice anual já registrado na história de monitoramento da região, que começou a ser feito pelo Inpe com imagens de satélite em 1988.
 
Segundo a ministra, quando houve o pico do desmatamento amazônico este ano, em abril, com o Mato Grosso passando a motosserra em 405 quilômetros quadrados de floresta, a reforma do Código Florestal foi apontada por secretários estaduais de Meio Ambiente como razão para o descontrole.

 
Izabella disse que, embora em algum momento as discussões sobre o projeto tenham gerado em produtores rurais a expectativa de que seriam anistiados se desmatassem, já não ocorre mais:

 
- Os secretários estaduais sinalizaram que o Código Florestal tinha tido, sim, um efeito estimulador ao desmatamento ilegal. Agora, o que nós fizemos foi uma força-tarefa dedicada ao MT, PA e RO, e esse desmatamento está reduzindo.


Dados divulgados ontem mostram que apenas seis dos 48 municípios que lideram a lista dos que mais desmatam na Amazônia tiveram redução da destruição da floresta.

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