ANP manda Chevron fechar poço por produzir gás tóxico em Frade

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DENISE LUNA - FOLHA DE SP
DO RIO

A ANP (Agência Nacional do Petróleo) abriu um terceiro processo administrativo contra a Chevron após constatar que a plataforma de produção de Frade, na bacia de Campos, estava produzindo gás sulfídrico (H2S) sem o conhecimento da autarquia. O gás vem junto do petróleo no processo de produção, e é altamente tóxico.


A agência determinou o fechamento do poço onde ocorria a produção.

A constatação foi feita na terça-feira da semana passada. Apesar da unidade com o gás estar na mesma área, a plataforma que tinha a produção de gás não é a mesma na qual houve o vazamento de petróleo em novembro -- o acidente ocorreu em uma unidade de perfuração.

De acordo com a diretora da autarquia Magda Chombriard, em uma auditoria anterior feita pela ANP, essa unidade não existia.

"Não tinha isso [a produção de gás] registrado na ANP. Isso é um veneno para o trabalhador", disse a executiva nesta quinta-feira, que no momento prossegue nas investigações sobre o acidente na bacia de Campos.

De acordo com ela, além da atuação foi feita também a comunicação sobre o caso ao Ministério do Trabalho.

A agência ainda não definiu se a Chevron será multada devido à produção de gás sulfídrico.

VAZAMENTO

Segundo a diretora da ANP, no momento a preocupação da agência é eliminar qualquer vazamento de petróleo que ainda persiste no local. Paralelamente são mantidas as investigações, que devem ser finalizadas em três meses.

Magda criticou a ausência de equipamentos para emergências no local. "Até agora não entendo como a Chevron não tinha equipamentos para atender a emergências", disse.

A diretora da ANP afirmou ainda que, após a ocorrência do acidente, a Chevron apresentou um plano de emergência, que teve de ser substituído devido à falta de equipamentos para dar prosseguimento à medida.

A agência aguarda a defesa da empresa antes de tomar uma conclusão sobre a multa que será aplicada pela falta de preparo para casos como esse.

"Se ela [a Chevron] provar que um ET levou o equipamento dela, tudo bem, mas acho difícil", ironizou. 



Editoria de Arte/Folhapress

VÍDEOS

Magda ainda citou que a empresa não enviou os vídeos completos, e sim editados, sobre o acidente assim que foram solicitados. "Quando solicitamos pedidos 24 horas de imagens, mas vieram 10 segundos. Eles foram autuados sobre isso, mas ainda poderão recorrer", disse.

De acordo com ela, a Chevron ainda não explicou o motivo dessa edição. A empresa pode ser multada após as conclusões das investigações.

PRODUÇÃO

A produção de Frade, segundo Magda, era de 70,5 mil barris por dia em outubro, e não de 79 mil, como a Chevron divulgou.

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