África Ocidental vive maior surto em números de casos, mortes e em relação à distribuição geográfica
James Gallagher | BBC
A Organização Mundial de Saúde (OMS) disse considerar necessário que sejam tomadas "medidas drásticas" para conter o surto de ebola na África Ocidental.
Cerca de 400 pessoas morreram desde o início do surto, que começou na República da Guiné e se espalhou para as vizinhas Serra Leoa e Libéria.
É o maior surto em números de casos, mortes e em relação à distribuição geográfica.
A OMS teme a possibilidade de "propagação internacional".
A organização enviou 150 especialistas para a região para ajudar a prevenir a propagação do vírus, mas admite que "houve aumento significativo" no número de casos e mortes.
O surto começou há quatro meses e continua a se espalhar.
Até agora houve mais de 600 casos e cerca de 60% das pessoas infectadas com o vírus morreram.
A maioria das mortes ocorreu no sul de Guekedou, na região da República da Guiné.
O diretor regional da OMS para a África, Luis Sambo, disse: "Este não é mais um surto específico de cada país, mas a crise de uma sub-regional e é preciso uma ação firme."
"A OMS está seriamente preocupada com a propagação transfronteiriça em curso para os países vizinhos, bem como o potencial de disseminação internacional", disse.
A organização MSF (Médicos Sem Fronteiras) alertou que o surto de ebola está fora de controle. A entidade teme que a epidemia se alastre mais ainda caso não haja uma forte resposta internacional.
Ebola
O ebola é uma febre hemorrágica grave causada pelo vírus ebola e não tem vacina ou cura.
A doença é transmitida pelo contato com os fluidos de pessoas ou animais infectados, como urina, suor e sangue. Os sintomas incluem febre alta, sangramento e danos no sistema nervoso central.
A taxa de mortalidade do ebola pode atingir 90% dos casos. O período de incubação é de dois a 21 dias.