Com a falta d’água, granação não foi boa e o tamanho ficou irregular.
Estiagem diminuiu bastante a qualidade do café no aspecto.
Do Globo Rural
A seca severa na região sudeste deve provocar uma quebra de 20% na produção do café arábica no cerrado mineiro. O Globo Rural visitou uma fazenda na região, que fica a 15 km de Araxá. Uma das preocupações dos funcionários são as queimadas. O fenômeno é esperado, normalmente, no fim de agosto.
Essa é mais uma agrura que pode por na conta da inédita secura de 2014. “De janeiro a abril, que é um período muito chuvoso na região, meses em que chove 200 mm, 250 mm, houve mês em que choveu 20 mm, 25 mm. Menos de 10% do que seria normal”, explica o agricultor César Magriotis.
O agricultor conta que se formou em Agronomia já com o objetivo de plantar café. Em 25 anos, conseguiu formar 500 hectares. Sempre procurando os melhores critérios para se calçar contra os solavancos que, historicamente, a cultura prega. “Nesse ano, o problema climático foi muito maior do que o imaginado. Apesar do esforço que a gente tem feito, não conseguimos evitar a quebra. Ela veio”, relata o agricultor.
No visual mais panorâmico não se nota o estrago da estiagem no cafezal, mas é possível ver a falta de grãos. Os galhos ficaram cheios de falhas. “É uma reação da planta à estiagem. Até dezembro essa planta vinha muito bem, florada, bom pegamento de grão”, conta Magriotis.
Com a falta d’água, a granação não foi boa e o tamanho ficou irregular. Uma cereja grande, outra pequena, algumas deformadas, mas o principal é que a própria planta descartou o que não ia dar conta. Por isso, o volume a ser colhido será menor. Uma quebra importante de 20% na média da fazenda.
“Nós tínhamos uma média de produtividade que tirava de 35 a 37 sacas por hectare, em lavoura de sequeiro. Neste ano, acredito que não vai passar muito de 30 sacas por hectare”, fala o agricultor.
A quebra na fazenda de César é uma projeção do que acontece nas propriedades que armazenam café na Capal, a cooperativa dos agricultores da região de Araxá. O consumidor só vai experimentar o café que está vindo das lavouras em dezembro, janeiro. É o descanso normal para tirar a adstringência.
Contudo, segundo o degustador responsável pelo setor de café da Capal Antônio de Pádua, a estiagem diminuiu bastante a qualidade do café no aspecto. “A bebida continua muito boa, característica de cerrado, que se diferencia de qualquer outra região do Brasil”, fala. Segundo ele, numa amostra de 15% da safra já se pode prever que a oferta de café de primeira linha vai cair, pois está vindo muito café com defeito.
A porcentagem de café com defeito aumentou de 20% a 25% em relação aos outros anos. Antônio acredita que o café de qualidade vai cair na mesma proporção ou até mais. “Para fazer um café de qualidade o produtor tem que apertar mais no benefício”, diz.
Apesar do preço do café arábica ter caído nos últimos meses, ainda assim ele está 35% mais alto do que no mesmo período do ano passado.
A seca severa na região sudeste deve provocar uma quebra de 20% na produção do café arábica no cerrado mineiro. O Globo Rural visitou uma fazenda na região, que fica a 15 km de Araxá. Uma das preocupações dos funcionários são as queimadas. O fenômeno é esperado, normalmente, no fim de agosto.
Essa é mais uma agrura que pode por na conta da inédita secura de 2014. “De janeiro a abril, que é um período muito chuvoso na região, meses em que chove 200 mm, 250 mm, houve mês em que choveu 20 mm, 25 mm. Menos de 10% do que seria normal”, explica o agricultor César Magriotis.
O agricultor conta que se formou em Agronomia já com o objetivo de plantar café. Em 25 anos, conseguiu formar 500 hectares. Sempre procurando os melhores critérios para se calçar contra os solavancos que, historicamente, a cultura prega. “Nesse ano, o problema climático foi muito maior do que o imaginado. Apesar do esforço que a gente tem feito, não conseguimos evitar a quebra. Ela veio”, relata o agricultor.
No visual mais panorâmico não se nota o estrago da estiagem no cafezal, mas é possível ver a falta de grãos. Os galhos ficaram cheios de falhas. “É uma reação da planta à estiagem. Até dezembro essa planta vinha muito bem, florada, bom pegamento de grão”, conta Magriotis.
Com a falta d’água, a granação não foi boa e o tamanho ficou irregular. Uma cereja grande, outra pequena, algumas deformadas, mas o principal é que a própria planta descartou o que não ia dar conta. Por isso, o volume a ser colhido será menor. Uma quebra importante de 20% na média da fazenda.
“Nós tínhamos uma média de produtividade que tirava de 35 a 37 sacas por hectare, em lavoura de sequeiro. Neste ano, acredito que não vai passar muito de 30 sacas por hectare”, fala o agricultor.
A quebra na fazenda de César é uma projeção do que acontece nas propriedades que armazenam café na Capal, a cooperativa dos agricultores da região de Araxá. O consumidor só vai experimentar o café que está vindo das lavouras em dezembro, janeiro. É o descanso normal para tirar a adstringência.
Contudo, segundo o degustador responsável pelo setor de café da Capal Antônio de Pádua, a estiagem diminuiu bastante a qualidade do café no aspecto. “A bebida continua muito boa, característica de cerrado, que se diferencia de qualquer outra região do Brasil”, fala. Segundo ele, numa amostra de 15% da safra já se pode prever que a oferta de café de primeira linha vai cair, pois está vindo muito café com defeito.
A porcentagem de café com defeito aumentou de 20% a 25% em relação aos outros anos. Antônio acredita que o café de qualidade vai cair na mesma proporção ou até mais. “Para fazer um café de qualidade o produtor tem que apertar mais no benefício”, diz.
Apesar do preço do café arábica ter caído nos últimos meses, ainda assim ele está 35% mais alto do que no mesmo período do ano passado.