Emanuel Alencar | O Globo
O pesquisador Javier Escobar, mestre em tecnologia da madeira pela Universidade Estadual Paulista (FCA/Unesp), afirma que ainda não existe oferta de madeira plantada para a geração de energia em caldeiras de indústrias pois o insumo já está totalmente destinado aos setores produtivos de celulose e painéis multilaminados. O alto preço dos resíduos de madeira, em comparação ao bagaço de cana, por exemplo, é outro entrave. Há questões logísticas.
— Hoje, as concessionarias e prefeituras não conhecem o real potencial energético da biomassa de poda urbana. Além disso, muitas vezes dispersão desse material no vasto território nacional inviabiliza a escala e a centralização desses resíduos para atender a diversas demandas — observa. — Em alguns casos, se torna possível quando a biomassa está próxima do consumidor final.
Sobre a madeira de podas urbanas, que não são reaproveitadas mesmo em grandes centros urbanos brasileiros Javier destaca que “não há problema algum em seu uso energético”. Na Alemanha, por exemplo, há reaproveitamento de 95% desse material.
— Porém, a madeira de demolição ou construção geralmente está contaminada com pregos, solventes. Isso inviabiliza a sua transformação, compactação, e o uso energético — ressalta.