Pesquisas aconteceram durante 10 anos em 39 localidades, catalogando ao todo 285 espécies. Iepa deve elencar animais ameaçados de extinção em lista estadual.
Por G1 AP*, Macapá
Em 10 anos de pesquisas em campo, 43 novas espécies de anfíbios e répteis foram encontradas por pesquisadores do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (Iepa). Ao todo, foram catalogadas 285 espécies em 39 pontos estudados no estado.
Hypsiboas diabolicus foi uma nova espécie de perereca identificada no Amapá em 2016 (Foto: Iepa/Divulgação) |
As descobertas identificaram que o Amapá possui quase 50% da fauna desses animais que vivem na região amazônica. O Amapá é o quarto estado com maior diversidade de anfíbios e o terceiro em répteis da Amazônia, informou o Iepa.
“Apesar desses pontos estarem espalhados pelo estado inteiro, há algumas áreas que ficaram sem amostragens. Mesmo assim um número muito grande da diversidade de anfíbios e répteis foi registrado no estado. Foram 285 espécies nesse período, tirando o Amapá dessa falta de conhecimento sobre essa herpetofauna”, disse o coordenador da pesquisa, Jucivaldo Lima.
Das espécies catalogadas desde 2007, 170 foram encontradas no Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, na região Centro-Oeste do Amapá. No local foram achadas novas espécies, como a perereca Hypsiboas diabolicus, e o lagarto Bachia remota, descritas cientificamente em 2016.
Espécie de cobra foi encontrada e catalogada no Amapá (Foto: Reprodução/Rede Amazônica) |
“Duas delas já foram publicadas no ano passado, uma espécie nova de perereca que ocorre na Floresta Estadual do Amapá e no Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, e um lagarto que também é endêmico do Tumucumaque, que ocorre na região da tríplice fronteira de Brasil, Suriname e Guiana Francesa”, contou Lima.
O Iepa pretende criar uma lista específica com os animais encontrados no estado, para elencar principalmente as espécies de anfíbios e répteis em extinção.
“Algumas espécies de quelônios, por exemplo, têm uso histórico na Amazônia. As populações ribeirinhas utilizam, tem a comercialização ilegal, consumo de carnes e ovos e mesmo assim elas não aparecem nas listas ameaçadas de extinção por falta de informação”, concluiu o pesquisador.
*Com informações da Rede Amazônica