Pelo menos 10 pessoas morreram quando estes animais chocaram com ser humanos em Cox’s Bazar, Bangladesh; agência da ONU vai marcar rotas destes animais, construir postos de vigilância e montar equipas de resposta
ONU
A Agência das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, e a União Internacional para a Conservação da Natureza, Iucn, estão a tentar reduzir os acidentes entre elefantes e humanos em Cox’s Bazar, no Bangladesh.
Um dos alertas sobre elefantes no campo de refugiados de Kutupalong, em Cox's Bazar | Foto: Acnur/Roger Arnold |
Uma das rotas migratórias dos elefantes asiáticos, uma espécie em vias de extinção, liga o Mianmar ao Bangladesh, o mesmo percurso feito por 688 mil pessoas desde agosto do ano passado. Nos últimos meses, a passagem destes animais pelos campos de refugiados causou a morte de pelo menos 10 pessoas, incluindo crianças.
Prevenção
A agência das Nações Unidas e a organização internacional criaram uma equipa de trabalho, com o nome “Tusk Force”, para evitar estes acidentes e proteger os animais.
Uma das medidas que vão ser tomadas é a marcação clara das rotas usadas pelos elefantes, para que as pessoas possam evitá-las. Vão ainda ser construídas torres de vigilância e equipas de resposta, que vão soar o alarme quando os elefantes caminharem na direção dos campos.
Segundo o chefe de operações de emergência do Acnur em Cox’s Bazar, Kevin Allen, “esta parceria é crucial para a conservação dos elefantes, mas também para proteger os refugiados, porque um número deles já perdeu as suas vidas de forma trágica.”
O Acnur conta com a ajuda da população local e dos refugiados para fazer este trabalho. Também estão a colaborar o Departamento Florestal do Bangladesh e o Gabinete do Comissário de Repatriamento e Resgate de Refugiados.
Acidentes
O Acnur falou com Anwar Begum, uma das vítimas destes elefantes. No mês passado, a mulher de 45 anos estava a dormir quando começou a ouvir barulho.
Begum disse que “não sabia que havia elefantes nesta área.” Em Mianmar, só tinha visto estes animais “ao longe.”
A refugiada lembrou que “foi tudo muito rápido e barulhento.” Um elefante entrou no seu abrigo e destruiu tudo. No final, o animal matou o seu marido Yakub Ali, de 50 anos.