Quantidade de lama que vazou de barragem em Mariana equivale a um ‘Pão de Açúcar’, diz presidente da Fundação Renova

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Morro carioca tem um volume de cerca de 48 milhões de m³. Mais de de 43 milhões de m³ de lama vazaram da barragem de Fundão.


Por Thais Pimentel | G1 MG, Belo Horizonte

Em novembro de 2015, 43,7 milhões de m³ de lama vazaram da barragem de Fundão, pertencente à mineradora Samarco, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais. O volume equivale a quase um “Pão de Açúcar”, cartão-postal do Rio de Janeiro. A comparação foi feita pelo presidente da Fundação Renova, Roberto Waack.

Milhões de m³ de lama de rejeito vazaram da Barragem de Fundão em Mariana. (Foto: Reprodução/GloboNews)
Milhões de m³ de lama de rejeito vazaram da Barragem de Fundão em Mariana. (Foto: Reprodução/GloboNews)

A entidade foi criada mediante acordo entre União, estados e Samarco – controlada pela Vale e pela BHP Billiton – para reparar os danos do rompimento da barragem. O desastre deixou 19 mortos.

Segundo o professor Maurício Erhlich, do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o Morro do Pão de Açúcar tem cerca de 400 metros de altura.

“Considerando a base com a mesma dimensão, teríamos um volume de cerca de 48 milhões de m³ no Pão de Açúcar”, disse ele.

Segundo a Fundação Renova, a barragem de Fundão abrigava cerca de 56,6 milhões de m³de lama de rejeito. Desse total, 43,7 milhões m³ vazaram. Uma parte — 4,5 milhões de m³ — ficou retida na área da Samarco. Os outros 39,2 milhões de m³ mataram 19 pessoas, atingiram os afluentes e o próprio Rio Doce, destruíram distritos e deixaram milhares de moradores da região sem água e sem trabalho.

Metade desta lama, cerca de 20 milhões de m³ ficaram depositados nas margens e nos leitos dos rios em uma distância de 113 quilômetros de Fundão até a Hidrelétrica Risoleta Neves, em Santa Cruz do escalvado, na Zona da Mata. De acordo com a Fundação Renova, a estimativa é que mais de 10,5 milhões de m³ tenham se depositado no fundo do reservatório da usina.

“É mais ou menos ¼ de um ‘Pão de Açúcar’ que tem que ser retirado dali. Se a gente imaginar que desceu um Corcovado, um ‘Pão de Açúcar’, ¼ é muita coisa”, disse o presidente da Fundação Renova, Roberto Waack.

A hidrelétrica está paralisada desde a tragédia. A previsão era que o rejeito fosse retirado do local em dezembro de 2016. Como o prazo não foi cumprido pela Samarco, o Ibama aplicou multa de R$ 1 milhão. De acordo com o órgão, o Comitê Interfederativo (CIF), criado para orientar e validar ações de recuperação dos danos causados pelo rompimento de Fundão, definiu julho deste ano como data limite para o início do enchimento do reservatório de Candonga.

Porém, a Fundação Renova protocolou em maio junto à Câmara Técnica de Gestão de Rejeitos e Segurança Ambiental um documento em que pede a prorrogação do prazo para novembro de 2019. De acordo com o Ibama, o pedido está em análise.

Em nota, a Renova informou que a dragagem total da lama acumulada no local deve chegar a 1,6 milhões de m³. “Para realização de outras intervenções que visam o retorno operacional da usina, foi adquirida a Fazenda Floresta, localizada no município de Rio Doce. O local vai servir de depósito definitivo do rejeito que está sendo dragado do reservatório de Candonga. Uma série de obras está em curso na fazenda para que ela fique apta a receber o material”, disse a fundação.

O bombeamento para a Fazenda Floresta ainda não está ocorrendo. “O material que está sendo dragado desde o rompimento de Fundão está sendo depositado em setores preparados às margens do reservatório de Candonga”, completou a Renova.

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