Comitiva de atingidos pelo desastre de Mariana vai a Londres denunciar violações de direitos

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Agenda internacional começou nesta segunda-feira (5) com ato no Rio Tâmisa. BHP manifestou "sinceras desculpas pelo acidente" e disse que se comprometeu a acompanhar os atingidos junto à Fundação Renova.


Por G1 Minas — Belo Horizonte

Atingidos pelo rompimento da barragem da Samarco, em Mariana (MG), e representantes da instituição de ajuda humanitária Cáritas estão em Londres, na Inglaterra, nesta segunda-feira (5), para chamar atenção de autoridades internacionais para o maior desastre ambiental brasileiro. A tragédia, que deixou 19 mortos, completou três anos.


Ativistas fazem protesto em Londres pelos três anos do desastre de Mariana — Foto: Letícia Aleixo/Divulgação
Ativistas fazem protesto em Londres pelos três anos do desastre de Mariana — Foto: Letícia Aleixo/Divulgação

Um ato foi realizado no Rio Tâmisa, durante a manhã. A comitiva chegou neste domingo (4), segundo a Cáritas Brasileira Regional Minas Gerais, que é ligada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e presta assessoria técnica aos atingidos do desastre. A ação tem o apoio do Centro de Informação sobre Empresas e Direitos Humanos e da Fundação Ford.

A intenção, segundo a comitiva, é denunciar o que consideram ser violação de direitos por parte das mineradoras Samarco, as controladoras BHP e Vale, e a Fundação Renova, criada mediante acordo para conduzir as ações de reparação. A Fundação Renova afirmou em nota que as manifestações são legítimas e está aberta ao diálogo. Não reconhece, porém, que há atrasos e violações nas assistências aos atingidos.

“Atrasos, falta de participação nas decisões e investidas da Fundação Renova para que sejam feitos acordos desfavoráveis às vítimas”, informou a Cáritas sobre os problemas.

Uma carta de reivindicações e um documento com o histórico do desastre foi preparado para se entregue.

A agenda internacional, que começou nesta segunda, inclui encontros com acionistas da BHP Billiton, parlamentares, organizações não governamentais e imprensa, conforme a Cáritas.

A BHP confirmou que recebeu na sede em Londres um grupo de pessoas impactadas pelo rompimento da barragem de Fundão. A empresa manifestou "sinceras desculpas pelo acidente" e informou que escutou as preocupações dos atingidos e se comprometeu a acompanhá-las junto à Fundação Renova. "A BHP reafirma nossa confiança e apoio à Fundação Renova como a entidade mais adequada para conduzir os programas de remediação e de compensação", disse em nota.

Paralelamente à viagem a Londres, nesta terça-feira (6), atingidos de comunidades de Mariana dizem que vão se reunir com a comissária presidente da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), a jamaicana Margarette May Macaulay. O encontro será em Mariana e Ouro Preto, na Região Central de Minas Gerais, para ouvir os atingidos.

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