da Folha Online
Uma tempestade no Alasca provocou a destruição de um iceberg na Antártida, seis dias depois. A descoberta mostra que o clima em uma região pode ter impacto significativo em lugares distantes e tão opostos como os pólos do planeta. Devido ao aquecimento global, cientistas temem que as tormentas se tornem freqüentes nos oceanos, ameaçando cidades.
Artigo publicado nesta segunda-feira (2/11) na revista científica "Geophysical Research Letters" mostrou que ondas de 4,5 metros de altura cruzaram o Pacífico, percorrendo mais de 13 mil quilômetros, em outubro de 2005, até atingir um iceberg de mais de 96 quilômetros de comprimento na Antártida. Para se ter idéia, o tsunami do final de 2004 na Ásia tinha ondas entre 5 e 10 metros.
"O iceberg estourou como uma elegante taça de vinho ao lado de uma forte soprano cantando", disse Douglas MacAyel, da Universidade de Chicago, que assina a pesquisa com Emile Okal, da Universidade Northwestern, também de Chicago.
O aumento da temperatura no planeta estará em debate no próximo mês, quando ocorre em Nairóbi, no Quênia, a 12º Conferência das Partes da Convenção sobre Mudanças Climáticas (COP12). Já na próxima semana, uma reunião ministerial em Monterrey (México) precede o evento.
"A questão que nós propomos é: tormentas globais podem ter influências que nunca pensamos na camada de gelo da Antártida?", indaga MacAyel.
A descoberta da tempestade surgiu quando os pesquisadores desenvolviam estudos via satélite sobre os sons que explosões em icebergs geram. Os norte-americanos acompanharam a quebra em vários pedaços do iceberg B-15A.
Com agências internacionais