Contaminação por metais pesados cresce no Acre

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Reclamações de médicos e de pacientes levam deputada Perpétua Almeida (PC do B) a se reunir com a diretoria do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam).

No Acre, os médicos estão assustados com a proliferação de pacientes que apresentam sintomas de contaminação por metais pesados, sem que tenham como fazer os exames.

As suspeitas médicas se voltam em especial para quatro tipos de metais, que apresentam sintomas parecidos: chumbo, alumínio, mercúrio e manganês, que provocam efeitos cujo espectro vai desde a diarréia e dor de cabeça a nos casos mais agudos arteriosclerose precoce, alterações cerebrovasculares e até psicose maníaco-depressiva.

"O maior problema é que grande parte dos pacientes com suspeita de contaminação por metais pesados não tem condições de pagar nem os exames, nem o tratamento que em média não sai por menos de R$ 15 mil", disse Perpétua Almeida ao solicitar o auxilio do Sipam para detectar a origem do problema, que tem na Ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, a primeira pessoa pública a assumir no Acre que sofre com a contaminação por mercúrio.

O diretor-geral do Sipam, Marcelo Lópes, colocou-se à disposição para realizar um estudo para saber a origem e o foco da contaminação, se de fato estiver ocorrendo, porque o Acre não tem garimpo e nem indústrias que liberem esses metais. No entanto, segundo os técnicos do Sipam que realizam estudos há anos sobre o assunto, é possível a existência de áreas naturais de concentração de metais.

"O solo e a água de Brasilia, por exemplo, têm grande concentração de alumínio", salientou o técnico operacional do Sipam e professor da Universidade de Brasilia , Rogério Soares.

Na reunião, na tarde de quinta-feira, na sede do Sipam no Distrito Federal, os diretores e a deputada Perpétua Almeida fecharam um espécie de acordo de cooperação.

O Sipam se comprometeu a articular o governo federal o envolvimento de outros órgãos necessários para a realização do estudo no Acre e a deputada Perpétua Almeida vai entrar em contato com a Universidade Federal do Acre (Ufac) e com a Fundação de Tecnologia do Acre (Funtac) para viabilizar a pesquisa.

"Felizmente, o governador Binho Marques é sensível a esse problema e já afirmou que onde for necessária a ação do Estado, ele não fugirá da responsabilidade"

Segundo Marcelo Lópes, diretor-geral do Sipam, os estudos devem seguir duas frentes, uma para saber a procedência dos metais, se são ou não provenientes de áreas naturais e por meio de exames em pessoas suspeitas de contaminação.

Urgência

A reunião entre a diretoria do Sipam e a bancada federal do Acre, foi pré- agendada para acontecer entre os dias 16 a 27 de abril, para que em seguida possam ser iniciadas as pesquisas.

" Saio daqui animada e tranquila com a certeza que faremos todas as articulações necessárias, a diretoria do Sipan junto aos órgãos federais e nós ajudando a reforçar o tratamento com os órgãos estaduais e o governo. Temos urgência porque não podemos continuar convivendo com a incerteza e com a possibilidade que tantas pessoas que muitas vezes não têm o suficiente nem para sobreviver quando estão sadias, ainda sejam acometidas por doenças que podem ser evitadas, se soubermos seu foco" disse a deputada comunista ao sair da reunião.

Fonte: A Tribuna

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