Mortes com tsunami chegam a 28, e hospital atingido é fechado

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Número de desabrigados ultrapassa 2 mil. Austrália doa mais de R$ 3 milhões para as Ilhas Salomão.

Do G1, com agências

O tsunami e o terremoto de quase 8 graus pela escala Richter que atingiram as Ilhas Salomão, segunda-feira (2), matou 28 pessoas, segundo a última informação veiculada pelo governo local. Além das mortes, há mais de 2 mil pessoas desabrigadas.

O hospital de Gizo, principal cidade atingida, teve que fechar as portas, segundo contou Allan Ralphlekalalu , moradora da ilha ao jornal do país "Solomon Star".

Segundo a médica Nola Pikacha, também em relato ao próprio jornal das Ilhas Salomão, a onda chegou ao hospital e destruiu todos os equipamentos e instalações. Ela contou que conseguiram evacuar os pacientes, que estão em instalações provisórias em regiões mais altas de Gizo. O risco de proliferação de doenças, ainda segundo a médico, é grande.

A Austrália comunicou que doará 2 milhões de dólares australianos (mais de R$ 3 milhões) para ajudar as vítimas do tsunami.

O "pior dia" das Ilhas Salomão

A catástrofe foi considerada como “o pior dia da história do país”. A declaração foi feita pelo jornalista Robert L. Iroga, no diário “Solomon Star”, publicada nesta terça-feira (3).

“Algumas províncias experimentaram o pior desastre natural da história do país”, escreveu o repórter. Segundo ele, as ondas chegaram a 12 pés (pouco menos de 4 metros) de altura e invadiram 500 metros da ilha de Gizo.

“Foi o dia mais triste de nossa história”, comentou Iroga. “E a polícia acredita que tenha muito mais mortes, já que a onda e o terremoto atingiram duas vilas inteiras”.

O chefe da polícia local, Peter Marshall, disse que “estamos fazendo mais que o possível”. “Testemunhas de Gizo contaram que o local ficou em ruínas. Uma das mais belas cidades está um caos”.

O que posso ver são corpos e canoas pelas ruas”, contou uma testemunha ao jornalista.

O tsunami deixou ainda pelo menos 2 mil desabrigados, informou nesta terça-feira (3) a Cruz Vermelha em comunicado divulgado pelo Governo. A polícia local afirma que 13 aldeias foram completamente destruídas. Há ainda relatos de vítimas também na Papua Nova Guiné.

Crise humanitária

As primeiras equipes de resgate já chegaram às províncias mais atingidas, a Ocidental e a de Choiseul. O primeiro-ministro, Manasseh Sogavare, disse que patrulhas aéreas relataram uma destruição "enorme e disseminada" por causa do tremor de magnitude 8, ocorrido na segunda-feira (horário local), e do posterior tsunami.

Fotos aéreas mostram casas destruídas e telhados metálicos retorcidos no chão ao longo da área litorânea atingida, enquanto a população vaga aparentemente sem rumo em estradas tomadas por destroços e por barcos que ficaram encalhados depois de serem atirados à terra por ondas de até dez metros.

A prioridade das equipes, segundo Sogavare, é restaurar as comunicações com as áreas afetadas. As autoridades estimam haver 22 mortos e 5.409 desabrigados, mas o saldo de vítimas fatais pode subir. O premiê pediu ajuda da Austrália e da Nova Zelândia, especialmente um hospital móvel.

A ONG australiana Caritas alertou para o risco de doenças entre as vítimas, pois há escassez de antibióticos. A principal movimentação dos médicos ocorre em um morro perto de Gizo, a cidade mais atingida.

"Muitas caixas d'água foram danificadas, e também temos um problema com o fornecimento de alimentos. As hortas foram inundadas, então há um problema com alimentos frescos", disse Liz Stone, porta-voz da Caritas, a uma rádio da Austrália.

Já foram registrados mais de 27 tremores secundários, o maior deles de magnitude 6,2. Cientistas alertam que pode haver mais tsunamis.

Um barco da polícia conseguiu chegar a Gizo levando comida e outros itens de emergência. Escolas e hospitais estão danificados na cidade, e dezenas de casas foram tragadas pelo mar. Pelo menos 13 aldeias podem estar devastadas. A área é muito frequentada por turistas internacionais e mergulhadores, pois é rica em corais. O governo neo-zelandês anunciou que um cidadão seu, morador da área, morreu.

Um comerciante da cidade disse que os operários tentam limpar as estradas e o aeroporto locais para permitir a chegada de vôos militares com barracas, remédios e comida.

"Basicamente são casas uma em cima da outra, telhados de ferro. Ainda está bem bagunçado", afirmou Danny Kennedy, que tem uma loja de mergulho. "Uma aldeia em Simbo foi completamente apagada. A vila inteira se foi, e não temos idéia de onde estão as pessoas."

Segundo Kennedy, os moradores estão traumatizados demais para vasculharem as casas a fim de descobrir vítimas soterradas.

Muitas casas da cidade, de 20 mil habitantes, eram de madeira e bambu, o que as tornava mais frágeis.

A maioria da população das Ilhas Salomão vive da agricultura de subsistência - menos de um quarto da população recebe salários.

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