Pesquisa diz que Cauamé está ameaçado

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Shirleide Vasconcelos - Folha de Boa Vista

Uma pesquisa realizada pela UFRR (Universidade Federal de Roraima) comprovou que a qualidade da água em Boa Vista é preocupante. O professor titular do Departamento de Biologia, Marcos Vital, um dos responsáveis pela pesquisa, disse que o rio Cauamé, um dos afluentes do rio Branco, está ameaçado de ficar impróprio para banho.

Ele afirmou que na escala entre um e quatro, o rio atingiu o número dois quanto à qualidade da água. E alertou que, se a degradação continuar, a opção de lazer da população boa-vistense nos finais de semana poderá acabar.

Conforme explicou, na denominação científica, quanto maior a classificação, pior a qualidade da água avaliada. No momento, o trecho do rio Cauamé na ponte está próprio para banho. O mesmo acontece no balneário Curupira, acima do Cauamé, também afluente do Branco.

Segundo a pesquisa que avaliou a qualidade da água, desde a formação do rio Branco até o Água Boa, a água é do tipo um quando o rio inicia. Ao chegar na captação da Caer (Companhia de Águas e Esgotos de Roraima), no bairro São Pedro, a água do rio Branco já perde qualidade, passando para classe dois.

Quando essa mesma água chega no Beiral e Caxangá a classe é quatro, ou seja, imprópria para banho. No Beiral, depois da denúncia feita pela Folha no início do mês, a Caer constatou que três ligações clandestinas na rede pluvial de esgoto são responsáveis por lançar dejetos no rio Branco.

O professor alertou que as piores águas de Boa Vista estão na foz do igarapé Mirandinha, Caxangá e Igarapé Grande junto à lagoa de estabilização.

De acordo com o pesquisador, a saída para evitar o aumento da poluição nos rios e igarapés seria a canalização de esgotos, mais saneamento e educação ambiental. Segundo ele, o que mais faz acabar com os rios é o lançamento de esgoto.

Secretária diz que ações de educação e limpeza estão sendo feitas nos rios

No domingo, programa Boa Vista Limpa levará equipes para igarapé Caranã

A Secretaria Municipal de Gestão Ambiental realiza o trabalho de limpeza e reflorestamento no rio Cauamé, segundo informou a secretária Luciana Surita. Disse também que o órgão tem investido em educação ambiental para evitar que as pessoas continuem sujando os rios e igarapés.

Na avaliação dela, para evitar a poluição nos rios e igarapés, é necessário impedir a invasão na área de preservação permanente e também evitar que o rio seja contaminado com esgoto.

Luciana afirmou que o maior problema do rio Cauamé são a ocupação das margens e o esgoto clandestino. Disse que nos últimos dois anos a secretaria conseguiu atingir duas mil pessoas com educação ambiental, mas é preciso maior envolvimento da sociedade nesse trabalho.

Ela acredita que se as pessoas não tiverem consciência da responsabilidade com o meio ambiente e continuarem jogando lixo, “o rio poderá morrer”. Destacou que, além da educação ambiental, o Município tem feito limpezas periódicas nos rios e igarapés. No próximo domingo, as equipes do programa Boa Vista Limpa estarão no igarapé Caranã.

No Cauamé, quando são feitas limpezas periódicas, são tiradas até duas toneladas de lixo. Os resíduos mais comuns são plásticos, mas já foram encontrados pneus, fogões e até geladeiras.

Dentro desse trabalho ambiental, a Prefeitura de Boa Vista atua com o projeto de recuperação do igaparé Caranã em convênio com o Ministério do Meio Ambiente. (S.V.)


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