Um estudo britânico publicado recentemente classifica os riscos de um sobrevivente do acidente nuclear de Chernobyl vir a falecer por causa do acidente comparável ao risco do mesmo sobrevivente vir a morrer por poluição do ar, ou fumo passivo.
Desde há muito que se debate o número de mortos provocados pelo acidente de 1986, mas existem cada vez mais indícios de que as consequências não foram tão graves quando se poderia inicialmente recear (a Greenpeace chegou a prever mais de 90 mil mortos)… Segundo o estudo, aqueles que mais estiveram expostos à radiação resultante da explosão do reator 4 tiveram um aumento de apenas 1% nas mortes devidas a radiação, precisamente o mesmo valor para quem vive numa cidade muito afetada pela poluição do ar, como a Cidade do México ou Tóquio.
O estudo foi conduzido por Jim Smith “Centre for Ecology and Hydrology”, do Reino Unido e no âmbito destes trabalhos visitou extensamente o local do acidente encontrando uma vida vegetal e animal próspera e abundante e nenhuma das mutações que surgiram, por exemplo, num episódio dos X-Files… Onde num episódio da segunda temporada surge o “Flukeman” um híbrido humano-verme que se sugere ter sido criado pelo acidente da central nuclear ucraniana…
É claro que nos heróicos bombeiros e soldados soviéticos que enfrentaram o reator e que o encerraram no cofre de cimento que ainda hoje o protege encontramos outros valores… Dos 134 homens envolvidos na primeira linha de reação ao acidente, 40 morreram em virtude da radiação, a maioria após um sofrimento atroz, mas com a certeza de as suas ações terem salvo a vida a milhares… Que era o que sucederia se não tivessem contido o reator 4…
Até ao momento cerca de 4 mil pessoas contraíram tumores na tiróide, naquele que é o reflexo mais visível do acidente, mas com uma taxa de sobrevida que ronda os 99%.
Este estudo reflete algo que já se sabia: a vida é capaz de resistir a doses ligeiras de radiação durante muito tempo sem exibir ou adquirir danos consideráveis… Aliás, uma dose de radiação é essencial ao processo da Evolução (a qual também não existe, segundo o Blasfémias, assim como o Aquecimento Global). É também uma excelente notícia, já que é inevitável que - mais cedo ou mais tarde - tenhamos outro reator a explodir, algures no mundo, algures no tempo… Demonstra que as coisas poderão não ser tão más… Mas fica o receio de saber se haverá então outros 140 heróis dispostos a dar a vida novamente… Sobretudo num regime bem diferente do soviético que ainda vigorava em 86 e onde as forças militares e militarizadas raramente discutiam as ordens… Por mais perigosas que estas fossem.