Ibama e parceiros combatem fogo no Parque Nacional da Chapada dos Guimarães/MT

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Cento e vinte pessoas, entre servidores e brigadistas do Ibama, Bombeiros, Defesa Civil/Sema-MT, Aeronáutica, ONG Aderco e do Projeto Quadrante e voluntários, estão empenhadas em conter o fogo que, desde o último sábado (01), avança sobre o Parque Nacional da Chapada dos Guimarães. Elas combatem as chamas, dia e a noite, em turno de revezamento. Um helicóptero da Polícia Militar está lançando água nos locais mais críticos e inacessíveis. O incêndio pode ter destruído cerca de 3 mil hectares, cerca de um por cento da área do parque e mais 6 mil hectares no entorno do Parque.

O Centro Nacional de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (Prevfogo), do Ibama, coordena a ação e montou uma base operacional na região da Comunidade São Jerônimo, além da base do Parque na região Rio Mutuca. A região do incêndio é montanhosa, com vales e paredões dificultando o acesso do pessoal envolvido no combate que tem que fazer o trecho final a pé carregando equipamentos. O incêndio atingiu o sul do Parque, chegou ao Morro de São Jerônimo e regiões próximas e ameaça toda a região das cachoeiras e o Véu de Noiva, principal ponto de visitação do Parque Nacional.

Até o momento, toda a região do morro de São Jerônimo, do Caminho das Pedras, e uma extensa região de cerrado, matas de encosta e outras matas, que abriga grande variedade de animais e vegetais, foram totalmente consumidas pelo fogo e poderão levar anos para se recomporem. Na região onde está ocorrendo o incêndio há morrarias, paredões, vales, matas de encosta e matas de galeria que são muito usados para refúgio, construção de ninhos e alimentação de animais.

O Superintendente do Ibama no Mato Grosso, Paulo Maier procura firmar acordo com o Governo do Estado para utilização de mais duas aeronaves agrícolas com capacidade entre 1500 a 1800 litros de água a fim de auxiliarem no controle das chamas. Além disso, segundo Maier, outros brigadistas que estão atuando em unidades de conservação vizinhas já foram requisitados para reforçar a equipe. “Desde o início do período da seca, os servidores vêm combatendo focos no entorno. Mas, o calor intenso aliado à baixa umidade relativa do ar (em torno de 20%) contribuiu para que as chamas se espalhassem rapidamente”, observa Maier.

Elmo Monteiro, Chefe do Centro Nacional de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais, do Ibama, informa que foi enviado ao Parna Chapada dos Guimarães um especialista na área e que, o helicóptero utilizado no controle dos focos no Parna Chapada dos Veadeiros será deslocado para auxiliar nas ações locais. “Enfrentamos um ano atípico, com um período muito prolongado de seca em toda a Região Centro-Oeste. Apesar disso, o Ibama está tomando todas as medidas para minimizar os danos que advêm dessas situações de emergência”, observa.

Parna Chapada dos Guimarães - criado em 12 de abril de 1989, ocupa uma área de 32.630 ha, na região centro-sul do Mato Grosso, abrangendo áreas dos municípios de Cuiabá e Chapada dos Guimarães. O Parque faz parte da Reserva da Biosfera do Pantanal e também está inserido na Área de Proteção Ambiental Chapada dos Guimarães, Unidade de Conservação Estadual, maior que 250.000 ha, decretada em 1995.

Os principais objetivos do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães são: proteger amostras significativas dos ecossistemas locais, assegurando a preservação dos recursos naturais e dos sítios arqueológicos existentes e proporcionando uso adequado para visitação, educação e pesquisa.

A vegetação é caracterizada por formações de mata semidecídua, cerradão, cerrado, campo sujo, campo limpo e campo rupestre. A fauna é bastante variada, com presença de grandes predadores (ex.: onça-parda, onça-pintada, gavião-real) e de animais sensíveis, raros ou ameaçados (ex.: urubu-rei, sanhaçu-de-coleira e tatu-canastra). Há 46 sítios arqueológicos registrados e ainda não estudados dentro do Parque.

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