Amazônia perdeu duas cidades do Rio em 6 meses

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Devastação registrou, porém, uma tendência de queda



Soraya Aggege

SÃO PAULO e BRASÍLIA. O desmatamento na Amazônia Legal atingiu pelo menos 2.639 quilômetros quadrados de agosto de 2008 a janeiro deste ano, o equivalente a uma área superior ao dobro da cidade do Rio de Janeiro. Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Nacional de Pesquisas Aeroespaciais (Inpe). Apesar da grande quantidade de floresta destruída, foi registrada uma tendência de queda: no mesmo período do ano anterior foram detectados 3.861 quilômetros quadrados de destruição. No entanto, segundo o Inpe, a redução de 45% nesses seis meses, em relação ao período anterior, não é válida tecnicamente porque a cobertura de nuvens desta vez foi maior.

As nuvens bloqueiam as fotografias dos satélites e, desta vez, encobriram de 63% a 86% da Amazônia. Estados como Acre, Amazônia, Amapá e Roraima praticamente não foram monitorados, por permanecerem encobertos. As unidades onde houve maior degradação florestal foram Pará, Mato Grosso, Maranhão e Rondônia.

Apesar da ressalva feita pelos técnicos do Inpe, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, classificou como positiva a queda no ritmo de desmatamento, que, segundo ele, foi de 70% de novembro de 2008 a janeiro deste ano. No entanto, os técnicos no Inpe dizem não ser correto considerar apenas esse período de três meses usado pelo ministro (quando a cobertura de nuvens é maior, devido ao inverno amazônico). Eles trabalham com um período de seis meses.

Em 2009, aumento dos focos de queimadas

Minc disse que as cidades do Maranhão entrarão na lista dos 36 municípios que mais desmatam no país. O estado, incluído na Amazônia Legal, tirou a terceira posição de Rondônia entre os que mais desmatam.

Os dados são do sistema Deter (Detecção do Desmatamento em Tempo Real). Por causa da cobertura de nuvens e da resolução dos satélites, as informações do Deter não representam uma avaliação fiel do desmatamento mensal da Amazônia, segundo o Inpe. Esses dados servem para indicar aos órgãos fiscalizadores o desmatamento em tempo real. As informações mais exatas são anuais, do sistema Prodes.

Outro levantamento do Inpe revelou que, de janeiro a fevereiro deste ano, houve um crescimento de 20% na quantidade de focos de queimadas na Amazônia Legal, apesar da temporada de chuvas.

Foram observados pelos satélites 582 focos nos dois primeiros meses do ano. No mesmo período de 2008, foram detectados 480 focos.

COLABOROU: Catarina Alencastro

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