Aumento de casos de gripe suína no RS faz governo mudar atendimento aos doentes

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Flávio Ilha
Em Porto Alegre

O avanço da gripe suína nas regiões que fazem fronteira com Argentina e Uruguai obrigou o governo gaúcho a alterar a estratégia de combate ao vírus H1N1. Em uma reunião que se estendeu pela noite da quarta-feira (24), a Secretaria da Saúde do Estado determinou a descentralização no atendimento aos doentes e a criação de um posto permanente de atendimento no Hospital Conceição, em Porto Alegre, para que haja maior rapidez no diagnóstico.

Segundo o secretário da Saúde, Osmar Terra, com a mudança, o paciente com suspeita de gripe que não apresentar sintomas graves da doença não precisará ser atendido em serviços de emergência centralizados. "Nosso objetivo é que todos os hospitais e postos de saúde do Estado possam atuar no combate à epidemia", disse.

A medida também serve para restringir a circulação de pessoas que podem estar infectadas. "Mais de 95% dos casos confirmados foram tratados em casa, sem necessidade de internação", avaliou.

O secretário recomendou ainda que as prefeituras estudem a possibilidade de estender até as 22h o horário de atendimento nos postos de saúde.

O número de casos confirmados no Rio Grande do Sul subiu de apenas 2 até o último final de semana para 37 hoje. Mas nenhum dos pacientes, segundo Terra, contraiu a doença no Estado. Outras 22 pessoas seguem como suspeitas de contaminação, sendo 17 casos em São Gabriel, cidade a noroeste de Porto Alegre que apresenta a maior concentração de infecções do Rio Grande do Sul.

A adolescente gaúcha de 14 anos que contraiu a doença em Buenos Aires continua em estado grave na UTI do Hospital Universitário de Santa Maria. Um caminhoneiro que voltou da Argentina também está internado em estado grave no Hospital São Vicente de Paulo, em Passo Fundo.

O prefeito de São Gabriel, Rossano Gonçalves, decretou situação de emergência no município. Além de restringir a circulação de pessoas e de proibir a realização de atividades públicas, como missas e festas, a prefeitura intensificou a distribuição de panfletos de esclarecimento à população.

"Vamos manter [o estado de emergência] enquanto a população estiver sob risco", disse Gonçalves. A filha do prefeito, de 14 anos, teve a doença confirmada. O irmão dela, de 11 anos, também está com os sintomas da gripe.

O chefe do serviço de infectologia do Hospital Conceição, Breno dos Santos, criticou o estado de "histeria coletiva" da população em relação à doença.

Segundo ele, o nível de mortalidade da doença é inferior ao de uma gripe comum e as pessoas em estado grave apresentaram debilidades anteriores ao quadro de infecção. "Pessoas que têm uma vida saudável não precisam se preocupar", disse.

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