Chuvas podem levar à maior cheia da história do Rio Negro

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Bairros de Manaus são alagados, mas famílias não deixam casas

Brasília – Jornal do Brasil

O Rio Negro superou ontem em quatro centímetros a segunda maior cheia já registrada, em 1976, quando a marca foi de 29,61 metros de profundidade. O rio atingiu a altura de 29,65 metros.

– Estamos também a apenas quatro centímetros da maior cheia já registrada, em 1953, quando a máxima chegou a 29,69 metros – explicou Valderino Pereira, funcionário do Porto de Manaus, há 30 anos responsável pela medição da régua do rio Negro e que fornece informações ao Serviço Geológico do Brasil (CPRM).

Segundo as previsões meteorológicas do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), as chuvas desta semana devem fazer com que o rio Negro atinja esta marca recorde da enchente de 1953. Com a cheia, além de pontos alagados no centro de Manaus e em bairros das zonas sul e oeste, a Ponta Negra virou atração turística. Famosa por suas praias de rio, o calçadão agora virou piscina natural e ficou lotado de pessoas durante o último fim de semana.

O rio Negro está subindo em média dois centímetros por dia, segundo a Defesa Civil municipal.

Ao menos 11 bairros localizados na orla do rio Negro estão alagados. Nesses locais, a prefeitura está construindo passarelas de madeira para a circulação da população. Segundo a Defesa Civil, mais de 10 mil metros foram construídos desde abril.

Ao todo, 18 mil pessoas foram atingidas pela cheia, mas poucas famílias aceitaram ir para abrigos, apesar das casas inundadas. As primeiras remoções ocorreram semana passada no bairro Betânia, e, nesse fim de semana, mais 77 pessoas foram alojadas em creches da prefeitura.

Segundo a Defesa Civil, os moradores preferem ficar nos bairros e construir as "marombas", um piso de madeira provisório refeito cada vez que o nível da água sobe. A madeira é doada pela prefeitura.

Ao menos três áreas públicas da cidade também estão alagadas: o parque do Mindú, a praia da Ponta Negra e o mercado da avenida Manaus Moderna.

Dois fenômenos contribuem para a cheia recorde do Amazonas. Um deles são as chuvas fortes registradas desde outubro do ano passado. O outro é o degelo na Cordilheira dos Andes, no Peru, desaguando nas várias calhas dos rios da região. Há ainda o fenômeno La Niña, que é o resfriamento das águas superficiais do Oceano Pacífico. (Com agências)

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