Gripe suína afeta 25 mil e OMS deve elevar alerta

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Autoridades sanitárias estudam decretar pandemia nos próximos dias. Especialistas dizem que o vírus A(H1N1) não é tão letal como se pensava

Da Redação – Correio Braziliense

A gripe suína tem se espalhado por todo o mundo, fazendo com que a Organização Mundial de Saúde (OMS) realizasse uma reunião de emergência para discutir a possibilidade de elevar o alerta de pandemia para 6 — o último nível da escala. Desde 29 de abril, o alerta está em grau 5, indicando pandemia iminente. Até a noite de ontem, o vírus A(H1N1) já havia sido detectado em 25.288 pessoas de 73 países, levando 139 delas à morte. Para especialistas, o índice de letalidade de 0,5% revela que a infecção é menos perigosa do que se imaginava.

De acordo com a OMS, os Estados Unidos (13.217 casos), o México (5.717) e o Canadá (2.115), com a Austrália, mantêm uma transmissão sustentada do vírus. O quadro clínico dos contaminados é leve ou moderado, com boa resposta ao tratamento, quando necessário. Os casos graves ocorreram basicamente em pessoas que eram portadoras de outras doenças crônicas.

Em entrevista ao Correio, a infectologista Nancy Belém — diretora do Grupo de Observação da Gripe em São Paulo — afirma que a gripe suína é bem menos perigosa do que se esperava.

“Quanto maior o número de pessoas atingidas por uma doença, mais branda ela é. Apesar de a gripe suína se espalhar muito fácil e ser muito virulenta, houve um pequeno número de pessoas que precisaram ser internadas”, explicou.

O infectologista Brian Currie, vice-presidente do Montefiore Medical Center, em Nova York, concorda com a brasileira quando diz que a gripe não é tão perigosa quanto se pensava. “O vírus A(H1N1) está se  comportando como qualquer outra variante de gripe, em termos de virulência e capacidade de transmissão”, ressaltou. Apesar disso, Currie alerta que a situação pode não se manter como está. “Existe sempre uma chance de mais mutações do vírus, e a atual situação pode mudar. A vigilância constante nos alertará se algo similar ocorrerá com este vírus”, garantiu ao Correio.

Comum

Para ambos os infectologistas, a tendência da gripe suína é “começar a se comportar como uma gripe comum”. No entanto, Currie lembrou que “variantes da gripe humana matam aproximadamente 36 mil pessoas a cada ano nos Estados Unidos”. “Essa variante do vírus influenza tem se disseminado pelo mundo e está causando significativos casos de doença em muitos países. A cidade de Nova York tem enfrentado uma epidemia e o vírus A(H1N1) continua a se espalhar geograficamente. Ele pode se tornar uma pandemia de gripe rotineira”, destacou o norte-americano.

BRASIL TEM 38 DOENTES

O Ministério da Saúde informou ontem que confirmou dois novos casos de gripe suína em São Paulo. Ambos pacientes foram infectados no exterior e estão em isolamento domiciliar. O país conta com 38 registros da doença, sendo 17 em São Paulo, nove no Rio de Janeiro, cinco em Santa Catarina, três no Tocantins, dois no Mato Grosso, um em Minas Gerais e um no Rio Grande do Sul. Pelo menos 51 casos suspeitos são acompanhados pelas autoridades sanitárias. Segundo a nota do Ministério da Saúde, as autoridades brasileiras descartaram 409 casos. Dos 38 infecções pelo vírus A(H1N1), nove ocorreram dentro do território nacional. “A transmissão no Brasil é limitada e não há pistas de sustentabilidade da transmissão de pessoa a pessoa”, afirma a nota.

 

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