Situação de emergência

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Correio Braziliense

As prefeituras de Uruguaiana, na fronteira com Argentina, e de Barra do Quarai, na fronteira com Uruguai, decretaram situação de emergência para enfrentar possíveis surtos da gripe provocada pelo vírus A (H1N1) em seus territórios. Em São Gabriel e Itaqui, outros dois municípios do Rio Grande do Sul que haviam recorrido à mesma medida em junho, os decretos já foram revogados.

O prefeito de Uruguaiana, Sanchotene Felice, que assinou o decreto no domingo, justificou sua decisão pela previsível necessidade de agilizar a compra de medicamentos e equipamentos e contratação de médicos e pessoal de apoio se a demanda pelos serviços de saúde seguir em alta nos próximos dias. A média diária de atendimentos na rede municipal saltou de 300 para 800 nos últimos dias. O município de 133 mil habitantes, principal porta de acesso da Argentina ao Brasil, já registrou três óbitos.

Em Barra do Quarai, o decreto foi assinado pelo prefeito Maher Jaber (PT) ontem. Ele também explicou sua decisão pela necessidade de reforçar o atendimento de saúde básica no município de 4 mil habitantes, que transitam para Uruguaiana, a 60 quilômetros, e também para a Argentina e para o Uruguai, países com os quais faz fronteira. No posto de saúde de Quarai, a média de atendimentos subiu de 25 para 80 por dia.

Já adaptada aos novos protocolos do Ministério da Saúde, a Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul entrou na segunda fase do combate à gripe suína. A prioridade não é mais a contenção, mas a ampliação do sistema de atendimento e, sobretudo, a qualificação da assistência aos casos graves. Os testes para a confirmação da doença passarão a ser feitos apenas para os pacientes internados.

TIRA-DÚVIDAS

Autor do livro A história da humanidade contada pelos vírus, o infectologista Stefan Cunha Ujvari responde algumas perguntas enviadas pelos leitores por e-mail. Veja abaixo as respostas.

1. Em quais situações o uso da máscara é indicado?

Apenas ao chegar perto de um paciente com gripe, sendo que “perto” significa menos de 1m de distância. Em ambiente aglomerado, ainda não temos uma epidemia tão intensa que indique a necessidade de máscara. Portanto, apenas ao chegar a menos de 1m da pessoa gripada. Vale lembrar que a máscara deve cobrir o nariz e a boca. Ao ser retirada, deve-se lavar a mão.

2. Quem já pegou a gripe suína e se curou fica imune?

Neste momento, fica imune ao vírus da gripe suína, porém, não sabemos ainda se o vírus circulará muito tempo e se retornará no ano que vem com mutação que faça as pessoas se tornarem novamente susceptíveis. A mutação não significa que o torna mais agressivo. É muito raro isso acontecer.

3. É perigoso comer carne de porco?

Não há qualquer relação.

4. Até que ponto o álcool em gel protege?

Álcool em gel com concentração de álcool de até 70% é tão eficaz quanto lavar as mãos com sabonete. Portanto, o álcool em gel 70% substitui a lavagem das mãos. Nesse caso, é aplicado nas mãos e o ideal é esfregá-las até secar. Esse processo deve durar cerca de 20 a 30 segundos.

5. O isolamento do paciente doente funciona?

Funciona muito para conter a epidemia em casa. O gripado deve ficar em um quarto específico para ele na casa, com janelas e portas abertas para ventilar o ambiente. Os objetos pessoais devem ser apenas do paciente doente. Deve-se tossir e espirrar em um lenço descartável e lavar as mãos logo em seguida. O quarto deve ser limpo regularmente.

6. Uma gripe normal pode se transformar em gripe suína?

Não. São dois vírus influenza geneticamente diferentes.

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