Brasil com quase 2 mil casos no total

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Rodrigo Couto – Correio Braziliense

As gestantes, cardiopatas e hipertensos - considerados grupos de risco para a gripe A (H1N1), popularmente conhecida como gripe suína - que contraírem a forma grave da doença têm 3,46 mais chances de morrer do que uma pessoa que não se enquadre nesse perfil. Já a taxa de letalidade dos brasileiros que perderam a vida em decorrência de complicações da nova gripe caiu de 12,8% para 10,3%. As informações foram divulgadas ontem à tarde pelo Ministério da Saúde, que confirmou 1.958 casos e 56 óbitos, sendo 36 mulheres (52,2%). Desse total, nove estavam grávidas. Secretarias estaduais, no entanto, informam mais 20 casos, o que pode levar o número total a 76.

A taxa de mortalidade dos pacientes infectados pela doença e que evoluíram para casos graves e apresentaram um dos fatores de risco - gravidez, cardiopatia e hipertensão - foi mais que o triplo (15,09%) das pessoas que não se enquadram em nenhum desses perfis (4,36%). De 25 de abril a 25 de julho, as secretarias estaduais de Saúde informaram ao ministério 10.623 casos suspeitos de algum tipo de gripe. Desse total, 1.958 (18,4%) foram confirmados como gripe A e 669 (6,3%) como influenza sazonal.

"A taxa de mortalidade dos casos confirmados de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) pelo novo vírus é de 0,029 óbitos por 100 mil habitantes. Cabe destacar que, de acordo com o protocolo brasileiro, o cálculo da taxa de letalidade em relação ao total de casos de influenza não é mais utilizado como parâmetro para monitorar o comportamento da doença, uma vez que os casos leves não são mais notificados, exceto em surtos", diz o boletim do ministério.

Ranking

Entre todos os países monitorados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil figura na oitava posição do ranking de letalidade da gripe suína (leia quadro), com taxa de 0,02%, enquanto a Argentina, que lidera a lista, apresenta percentual de 0,41%. Em seguida, aparece a Austrália (0,25%), Canadá (0,17%), México (0,13%), Chile (0,11%), Estados Unidos (0,09%) e Reino Unido (0,04%).

No Brasil, de acordo com o boletim do Ministério da Saúde, o estado de São Paulo (27) é a unidade que apresenta o maior número de óbitos, seguido do Rio Grande do Sul (19), Rio de Janeiro (5), Paraná (4) e Paraíba (1). "Além da taxa de letalidade, devemos nos esforçar para informar e combater esse vírus. Mais para frente, o número de casos pode aumentar e é importante estarmos preparados", pontuou o infectologista José David Urbáez.

Levantamento realizado com 378 pacientes infectados pela gripe A revelou que a maioria (99,5%) apresentou febre, 99,7% tiveram tosse, enquanto 97,9% afirmaram ter desenvolvido dispneia - dificuldade de respirar caracterizada por respiração rápida e curta. Outros 64,3% desenvolveram mialgia (dor muscular). Os doentes também informaram outros sintomas: 58,2% (coriza), 48,9% (dor de garganta), 14,6% (diarreia), 33,1% (dor articular), e 46,8% (calafrio).

Ganhos secundários

O índice de circulação da nova gripe no país manteve-se na proporção de 60% dos vírus de influenza, mesmo índice do boletim anterior, divulgado na semana passada. Entre os que foram contaminados com a doença, pelo menos 19% tiveram algum sinal de agravamento da doença. Já entre as pessoas infectadas pela influenza sazonal, essa proporção foi de 18,5%.

Na avaliação de José David Urbáez, as autoridades têm adotado uma postura técnica. "Acho que a estratégia está correta." Urbáez disse ainda que a propagação pode ter aspectos positivos. "Também devemos pensar que essa nova doença pode gerar ganhos secundários, como a ampla divulgação dos sintomas e formas de prevenção dos vírus influenza. O importante é colocar o tema em debate", afirmou.

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