EUA vão cortar 17% de CO2 até 2020

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Meta é considerada baixa, mas importante. Na prática, corte é similar ao anunciado pelo Brasil

Paulo Marcio Vaz – Jornal do Brasil

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fará uma breve mas importante aparição no dia 9, em Copenhague, para anunciar, durante a conferência do clima, que os EUA desejam cortar em torno de 17% de suas emissões de gases do efeito estufa até 2020, baseado em índices de 2005. Na prática, a meta representa a redução de 1 bilhão de toneladas de CO2, quantidade similar à proposta pelo Brasil para daqui a 10 anos. A presença de Obama na Dinamarca será uma escala na viagem até Oslo, na Noruega, onde ele receberá, no dia 10, o Prêmio Nobel da Paz. A proposta de corte oferecida pelos EUA foi aprovada pela Câmara dos Deputados americana, mas é inferior àquela a ser apreciada pelo Senado, que prevê um corte de 20%.

Apesar de comemorar o anúncio, o secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas e diretor da Coppe/UFRJ, Luiz Pinguelli Rosa, acha “muito pouco” o índice de redução de CO2 proposto pelos EUA.

– A proposta americana não é uma coisa de outro mundo. Na verdade, em quantidade de CO2, é igual à proposta brasileira. Considerando que os EUA emitem muito mais, fica claro que, proporcionalmente, a meta deles é muito inferior à nossa – analisa Pinguelli.

Mais otimismo No entanto, o pesquisador considera importante que Obama estabeleça uma meta e compareça a Copenhague, o que aumenta a expectativa de sucesso da conferência do clima na Dinamarca, que enfrenta uma onda de descrença entre especialistas. O próprio Pinguelli se diz mais confiante a partir do anúncio feito ontem pela Casa Branca.

– Diria que, até antes do anúncio do Obama, de 0 a 10, meu grau de otimismo sobre a conferência estava em 5,5. Agora, aumentou para 7,5 – avalia Pinguelli.

O diretor da Coppe diz ainda que a decisão americana pode influenciar a China, outro grande emissor de CO2, que ainda não se manifestou sobre uma proposta concreta para Copenhague.

– Se Obama mudou o seu discurso, quem sabe a China também reveja sua posição e anuncie uma meta concreta – diz Pinguelli.

Segundo a Casa Branca, a meta de redução das emissões americanas aumentaria ao longo dos anos, alcançando 30% até 2025, e 42% até 2030. Mas os EUA não precisaram a correspondência dessas reduções em relação a 1990, ano de referência escolhido pela maioria dos países participantes da conferência.

O encontro de Copenhague começa no dia 7 e vai até o dia 18 de dezembro, onde autoridades de todo o mundo se reunirão para pactuar um acordo que substitua ao Protocolo de Kyoto em 2012. Mais de 60 chefes de Estado e de governo já confirmaram presença, como os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e o francês, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel.

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