Audiência debate suspensão de novas usinas nucleares por 30 anos

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Jornal do Senado
 
Proposta é do senador Cristovam Buarque e recebeu parecer favorável do relator, Roberto Requião. Incluída na pauta da CI, senadores concluíram que é preciso discutir melhor o assunto antes de tomar uma decisão final.


As medidas que o Brasil deve adotar em relação à utilização da energia nuclear serão discutidas em audiência pública na Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI), com a participação de outras comissões. O debate visa subsidiar a discussão de projeto (PLS 405/11) do senador Cristovam Buarque (PDT-DF) que propõe a suspensão por 30 anos da construção de novas usinas nucleares no país.
 
A proposta estava na pauta da CI de ontem e foi retirada para que os senadores discutam melhor o assunto, avaliando a necessidade da suspensão e o prazo adequado à duração dessa medida. O relator, senador Roberto Requião (PMDB-PR), apresentou voto pela aprovação da matéria, que terá decisão terminativa da CI.

 
Requião observa que o Brasil possui outras fontes de energia limpa e que não precisa investir em energia nuclear. Apesar dos progressivos aperfeiçoamentos da tecnologia, ele avalia que a utilização da energia nuclear, também uma energia limpa, ainda é uma fonte insegura. Um acidente com usinas nucleares, além das perdas humanas, inutiliza recursos naturais e causa prejuízos às gerações futuras, aponta. Apesar disso, Requião considera importante manter pesquisas na área.

 
— Deixemos que os países que têm tecnologia e precisam dessa energia financiem as pesquisas e corram os riscos. O Brasil tem muitas outras fontes alternativas e não precisa correr esse risco — disse.

 
Cristovam afirma que a energia nuclear é uma energia limpa e eficiente, mas que a moratória é importante até que haja garantia de que não haverá riscos em sua utilização.

 
Após o acidente de Fukushima, no Japão, observou Flexa Ribeiro (PSDB-PA), os países estão reavaliando a utilização da energia nuclear.


— Continuamos construindo Angra 3 como se nada tivesse acontecido — criticou.

 
Já para Walter Pinheiro (PT-BA), o Brasil precisa de uma política para a área energética. Os países europeus estão desativando suas usinas, mas continuam pesquisando e vendendo usinas prontas, inclusive para o Brasil, afirmou. Para Demóstenes Torres (DEM-GO), não basta a decisão de não construir mais usinas. É preciso discutir o tratamento a ser dado às já existentes.

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