Europa quer metas claras na Rio+20

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Base de discussão será ampliada. Secretário espera 80 chefes de Estado

Claudio Motta – O Globo

A Europa quer que a Rio+20 estabeleça compromissos claros e crie metas ambientais globais, mas não as especificou. O principal negociador europeu, o esloveno Janez Potocnik, alegou que o processo de negociação ainda está em curso. Em visita ao Brasil, ele se disse otimista com a conferência sobre desenvolvimento sustentável promovida pela ONU em junho, e falou sobre o fortalecimento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) defendido pelos europeus.

A 95 dias da conferência, as negociações esquentam. Para rebater as críticas de que falta ambição ao documento que servirá como base para as discussões, o rascunho zero, o secretário-executivo da Comissão Nacional da Rio+20, embaixador Luiz Alberto Figueiredo, afirmou que ele sofrerá modificações.

Além disso, anunciou a vinda de cerca de 80 chefes de Estado.

- Acredito que teremos compromissos concretos e ações. E devemos falar sobre prazos também - disse Potocnik ao GLOBO. - Acreditamos na Europa que o processo de sustentabilidade precisa de três pilares: econômico, social e ambiental. Quanto ao Pnuma, achamos que o programa deve ser ampliado e obter o status de agência da ONU sediada em Nairóbi.

Os europeus querem criar mecanismos para ampliar a produção de energia renovável, aumentar a eficiência do uso da água, diminuir a degradação das florestas e proteger ecossistemas e oceanos, além de reduzir os impactos causados pelo lixo. Potocnik destaca a revisão dos Objetivos do Milênio, estabelecidos pela ONU em 2000 com prazo até 2015. Esta proposta europeia coincide com a brasileira. Segundo o embaixador Figueiredo, os chamados Objetivos do Desenvolvimento Sustentável incluirão critérios ambientais.

- O Brasil defende que saiamos do Rio(+20) com a aprovação de áreas com metas de desenvolvimento sustentável, aplicáveis a todos os países, e não mais aos países em desenvolvimento; com objetivos e números (detalhados) - disse Figueiredo à Globonews.

O negociador europeu concorda com a necessidade de alterar o rascunho zero. Para Potocnik, é preciso dar ênfase às questões principais, e evitar um texto genérico. Os negociadores da Europa virão ao Rio com o objetivo claro de criar novas bases ambientais, que vão contribuir com a retomada do crescimento econômico no velho continente:

- Não estamos falando em parar de crescer. Mas de crescer sendo eficiente e respeitando os limites do planeta.

O europeu não comentou as discussões sobre o novo código florestal brasileiro, alegando que se trata de uma questão doméstica. Mas disse que os países em desenvolvimento devem evitar os erros cometidos pelos mais industrializados.

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