Restaurantes populares podem virar produtores de adubo

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Correio do Brasil
Da Redação, com ACS - do Rio de Janeiro

Um projeto de aproveitamento e tratamento adequado de resíduos sólidos orgânicos está sendo desenvolvido pelo Centro Universitário Fundação Osvaldo Aranha (UniFoa), em parceria com a Prefeitura de Volta Redonda e a Coppe/UFRJ, com o objetivo de geração de adubo e de energia para aquecimento de água. A pesquisa utiliza restos de comida e aparas de vegetais coletados durante 20 dias no Restaurante Popular Dolores de Paiva Matos da Silva, de Volta Redonda.

A metodologia poderá ser implantada gradativamente nos 16 restaurantes populares do estado se, ao final do processo, ela se comprovar tecnicamente viável. O adubo seria usado em jardins e áreas de reflorestamento e a água aquecida, nos próprios restaurantes. A Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos apóia a experiência por acreditar que a transformação de resíduos em adubo fertilizante trará benefícios à população.

– Ao evitar o descarte de resíduos no solo, minimizamos a erosão e fazemos com que o lixo seja transformado em algo útil, para novamente plantarmos. O que estamos buscando é o desenvolvimento sustentável – explicou a superintendente de Segurança Alimentar, Cláudia Regina de Azevedo Fernandes.

O material orgânico passa por um processo de compostagem em diferentes modelos de recipientes instalados numa área da UniFoa pelo professor Roberto Guião e mais quatro estagiários do Curso de Engenharia Ambiental. Segundo o professor, restos de alimentos representam mais de 50% do total dos resíduos orgânicos sólidos gerados diariamente no Brasil, sendo os principais responsáveis por emissões gasosas e de chorume nos aterros sanitários.

– Se não forem usados num processo de compostagem, os restos de alimentos são enviados para lixões ou aterros sanitários, o que demanda tratamento e monitoramento por muitas décadas após seus encerramentos. O resíduo orgânico é problemático do ponto de vista ambiental, mas se tratado devidamente pode se tornar fonte de nutrientes e energia, transformando problemas em oportunidades sustentáveis – conceituou o professor.

Segundo Guião, que usa a experiência para fundamentar sua tese de doutorado na Coppe/UFRJ, a mistura das sobras de refeições com o resultado de podas e aparas dos vegetais para a preparação da comida apresenta a combinação ideal para o processo de compostagem, que é um conjunto de técnicas aplicado para controlar a decomposição de materiais orgânicos, visando obter, no menor tempo possível, um material estável, rico em húmus e nutrientes minerais.

– A intenção é disponibilizar esta metodologia para uso de geradores pontuais, como grandes restaurantes, universidades, shopping-centers, grandes condomínios, entre outros estabelecimentos que produzem alimentação em grande quantidade. Com a técnica, eles poderão fazer o próprio processamento dos resíduos sólidos orgânicos gerados – sugeriu Guião.

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