Chip instalado em árvore rastreia o caminho da madeira ilegal pelo Brasil

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Comércio ilegal de madeira é lucrativo. Uma tora é vendida pelo madeireiro por R$ 180. Em São Paulo, o consumidor final chega a pagar R$ 1,9 mil pelo metro cúbico de madeira.

Jornal Hoje


No mês da Rio+20, nossos repórteres vão mostrar o avanço assustador da desertificação. A cada ano, o mundo perde em terras férteis uma área equivalente a quatro estados e meio de Alagoas.

Reportagens mostram o desafio de alimentar sete bilhões de pessoas e os estragos que os grandes barcos de pesca provocam nos cardumes, nos oceanos.

Cientistas e ecologistas alertam: o mundo vive uma nova era de extinções. O Brasil tem 82 espécies ameaçadas de extinção. Segundo a União Internacional para Conservação da Natureza, nesse índice trágico nós só perdemos para o México e para a Índia.

Na primeira reportagem, a Câmera do JH flagrou o roubo de madeira na Amazônia. Quadrilhas abastecem as serrarias com árvores centenárias, derrubadas ilegalmente. Além das frotas de caminhões e de tratores, elas têm até estações clandestinas de rádio para escapar da fiscalização e para administrar esse negócio milionário.

Apuração do Ibama concluiu que pelo menos nove das 45 serrarias instaladas nos municípios de Cláudia e União do Sul, no Mato Grosso, recebem madeira roubada.

Segundo o Ministério Público, o comércio ilegal de madeira é tão lucrativo quanto o tráfico de drogas.

Para comprovar que esse crime existe mesmo, a equipe do JH instalou chips rastreadores em troncos de madeira que foram derrubados ilegalmente na Floresta Amazônica. No meio da noite, as toras saem de uma floresta particular situada na zona rural de União do Sul e são levadas na carroceria de um caminhão até as madeireiras da área urbana do município.

O comércio ilegal de madeira é lucrativo. Uma tora é vendida pelo madeireiro por R$ 180. Depois de beneficiada, ela é vendida para o sul e sudeste do Brasil por até três vezes mais. Em São Paulo, o consumidor final chega a pagar R$ 1,9 mil pelo metro cúbico da madeira.

De acordo com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, juntamente com o Ibama, os estados e municípios também precisam atuar na fiscalização. Ela falou sobre os prejuízos ambientais e financeiros causados pela atividade predatória de extração ilegal de madeira. A ministra propõe um pacto nacional pela preservação e restauração dos ecossistemas.

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