Reciclagem pode economizar U$ 700 bilhões

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Economia circular beneficiaria setor de consumo

José Eduardo Mendonça - Planeta Sustentável | National Geographic Brasil


A ex-velejadora britânica Ellen MacArthur, que abraçou as causas ambientais depois de muitos triunfos no mar, lançou o mais recente relatório de sua fundação no Fórum Econômico Mundial. O evento terminou no sábado na cidade suíça de Davos.

O relatório trata da economia circular, que pode gerar uma economia de U$ 700 bilhões para o setor de bens de consumo, de acordo com dados da consultoria McKinsey. Bens de consumo como têxteis, alimentos, bebidas e suas embalagens constituem 60% dos gastos dos consumidores e 35% dos fluxos materiais da economia. Além disso, eles utilizam até 90% da produção agrícola, que estará sob pressão no futuro.

O relatório “Em Direção à Economia Circular 2″ diz que as empresas terão uma enorme vantagem competitiva se mudarem seus modelos de negócios para tornar os fluxos de materiais mais circulares. Um exemplo foi o de que a eletricidade e fertilizantes perdidos com o desperdício de alimentos podem representam U$ 1,5 bilhão no Reino Unido por ano.

Falando em Davos, MacArthur disse à BBC que as empresas precisam olhar além da eficiência de recursos para abraçarem sistemas circulares. “Numa economia circular, a primeira ação no design seria projetar uma máquina de lavar que fosse desmontável, com peças recuperáveis, que pudesse ser atualizada e que os materiais pudessem ser tirados dela no final de seu ciclo de vida e devolvidos à economia,” afirmou.

O trabalho, que contém análise da McKinsey, foi escrito em colaboração com organização britânica Wrap. Segundo ela, “em 2020, podemos ter 30 milhões de toneladas a menos de materiais na economia, 20% menos lixo e 40 milhões de toneladas de materiais reciclados de volta na economia.”

O mercado global de roupas, alimentos e bebidas é de U$ 3,2 trilhões, diz o relatório. Ele gera três quartos de todo o lixo municipal. Apenas um quinto dos materiais destes bens são recuperados, com uma perda estimada de U$ 2,6 trilhões por ano. Mas o trabalho afirma que as taxas de recuperação poderiam ser aumentadas para 50% simplesmente com a adoção disseminada de reutilização e reciclagem.

O relatório contém uma notícia boa para os britânicos: o custo da cerveja poderia ser reduzido em um quinto a cada 100 litros com a troca de garrafas de vidro por plástico reciclável, o que abaixaria os custos de embalagem, processamento e distribuição, informa o Material Recycling World.

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