Mafalda Ganhão | Expresso
Continua sem dar tréguas o incêndio que, desde o dia 17, lavra no histórico Parque Nacional de Yosemite, no estado norte-americano da Califórnia, e que já consumiu mais de 54 mil hectares - o equivalente a mais de 54 mil campos de futebol.
Com o fogo a escassos seis quilómetros do depósito de Hetch Hetchy, que fornece 85% da água consumida em São Francisco, e com duas das três centrais hidroelétricas da região encerradas, em causa está agora o abastecimento regular de água e energia elétrica à cidade com 800 mil habitantes, admitem as autoridades.
O combate às chamas envolve quase três mil bombeiros, apoiados por helicópteros e camiões-cisterna, mas a tarefa está a tornar-se cada vez mais perigosa. Além dos maus acessos e do tempo demasiado seco, o rápido movimento do fogo está a produzir fortes alterações climáticas e a criar "nuvens de fogo" que podem mudar a direção do vento, encurralando os operacionais no terreno.
Quatro casas e 12 edifícios ficaram destruídos, estando ameaçadas perto de 5500 residências.
O governador da Califórnia, Jerry Brown, já declarou estado de emergência para São Francisco, tendo as autoridades ordenado a evacuação de Tuolumne City, cidade vizinha também sob estado de emergência, e encerrado ao trânsito a maior autoestrada da região.
O incêndio, cuja origem permanece por apurar, começou no Parque Nacional de Stanislaus, adjacente ao Parque Nacional de Yosemite. Os dois parques são a principal atração turística natural do estado da Califórnia.