Entenda como funciona o combate à dengue com mosquito transgênico

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Método foi aprovado para o Brasil por comissão de biossegurança.
Inseto modificado gera filhotes que não se desenvolvem.


Eduardo Carvalho
Do G1, em São Paulo

A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou nesta quinta-feira (10) a liberação comercial de um mosquito transgênico criado para controlar a população do Aedes aegypti selvagem, que transmite a dengue. Segundo o órgão, ligado ao Ministério da Ciência, é o primeiro inseto geneticamente modificado a obter licença no Brasil.

Nota da CTNBio explica que um parecer será publicado no Diário Oficial da União e, a partir daí, órgãos de registro e fiscalização terão 30 dias para se manifestar. Após esse período, caberá à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitir autorizações e registros para o uso em campanhas de saúde pública.

Veja abaixo perguntas e respostas sobre esse inseto geneticamente modificado que pode ser introduzido nas cidades brasileiras.

De que forma o mosquito transgênico faz diminuir a população do Aedes aegypti?

A tecnologia consiste em produzir em laboratório mosquitos machos com dois genes diferentes do Aedes aegypti original. Fêmeas que vivem na natureza e cruzam com esses espécimes modificados geram filhotes que não conseguem chegar à fase adulta. Assim, ela "gasta" seu potencial reprodutivo com filhotes que acabam morrendo. Com o tempo, isso afeta o total da população numa determinada área.

Por que o Aedes aegypti transgênico não sobrevive?

Os machos com genes modificados nascem no laboratório com as células desreguladas, que são “curadas” graças ao uso do antibiótico tetraciclina, que funciona como antídoto e ajuda no seu desenvolvimento até a fase adulta. Seus filhotes, concebidos após cruzamento com fêmeas selvagens, nascerão com o mesmo problema genético, mas devem morrer ainda na fase larva, vítimas de um colapso celular, pois não terão o antiobiótico.

Existe o risco de o mosquito transgênico transmitir alguma doença?

Segundo Danilo Carvalho, pesquisador do Laboratório de Mosquitos Geneticamente Modificados da Universidade de São Paulo (USP), são desenvolvidos em laboratório insetos machos e fêmeas. No entanto, apenas os machos serão liberados em áreas públicas e não oferecem risco porque se alimentam apenas do néctar de flores. Ou seja: ninguém será picado por inseto trangênico.

Há um risco de proliferação descontrolada desse mosquito transgênico?

Não. Por não se desenvolver sem a ajuda do antibiótico, não há como ocorrer uma superpopulação.

Quantos mosquitos machos já foram liberados?

Cerca de 18 milhões de insetos já foram liberados nos testes feitos.

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Infográfico Dengue (Foto: Arte/G1)

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