Parque diz que aumentará investimentos em proteção dos cetáceos.
Pressão de defensores dos animais contribuiu para queda de 5% nos lucros.
France Presse
A companhia americana de parques temáticos aquáticos SeaWorld anunciou que construirá novos tanques gigantes para suas orcas, depois que o cativeiro dos cetáceos causou polêmica e afetou os lucros da empresa.
Orcas durante espetáculo no SeaWorld Orlando (Foto: Phelan M. Ebenhack/AP)
Em nota, a SeaWorld Entertainment informou a "incorporação de um enorme e inédito ambiente artificial para orcas em seus três parques" com animais marinhos.
O anúncio foi divulgado dois dias depois de o SeaWorld, com sede na Flórida, informar a queda de 5% em seus ganhos no primeiro semestre, provocada, entre outras coisas, pela pressão exercida pelos defensores dos animais contra o uso de orcas para espetáculos, segundo admitiu a própria empresa.
O primeiro tanque, que será construído em seu parque em San Diego, Califórnia, conterá quase 38 milhões de litros d'água, ocupará 6 mil metros quadrados de superfície e terá 15 metros de profundidade, informou a empresa.
O novo hábitat das orcas, que dobrará em dimensões os atuais, será concluído em 2018. Os outros parques, em Orlando, Flórida, e San Antonio, no Texas, também incluirão novos tanques.
A SeaWorld acrescentou no comunicado que também destinará US$ 10 milhões "ao estudo e à proteção de orcas em seu ambiente natural, assim como do oceano onde vivem".
Críticas e documentário
A campanha contra o uso das orcas em espetáculos alcançou um pico no ano passado, com o lançamento do aclamado documentário "Blackfish", que investigou o impacto do cativeiro nas orcas do SeaWorld e o ataque de uma delas, Tilikum, que resultou na morte de um treinador.
O grupo Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais (PETA, na sigla em inglês) qualificou o anúncio do SeaWorld de uma tentativa da empresa de ganhar tempo, em um momento em que "o povo compreende o sofrimento das orcas em cativeiro".
"O que poderia salvar a empresa seria o reconhecimento de que precisa não de tanques maiores, mas levar as orcas para santuários marinhos para que possam voltar a sentir o oceano e escutar seus familiares (...). Uma prisão maior continua sendo uma prisão", afirmou a PETA.
No passado, a PETA tentou, sem sucesso, acionar o SeaWorld, alegando que trata as orcas como escravas, violando a Constituição americana.