Estado admite que meta de despoluir a Baía para as Olimpíadas de 2016 será descumprida

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Capítulo do legado ambiental previa redução da poluição em 80%. Diminuição da sujeira dependerá de apoio da iniciativa privada


Luiz Ernesto Magalhães | O Globo

RIO — O governo do estado admitiu nesta sexta-feira, pela primeira vez, não ter como cumprir a meta de reduzir em 80% o nível de poluição da Baía de Guanabara até o ano que vem. A meta constava do capítulo de legado ambiental do projeto apresentado em 2009 ao Comitê Olímpico Internacional (COI) que garantiu ao Rio o direito de organizar as Olimpíadas de 2016. Ambientalistas já alertavam para essa possibilidade, e a confirmação veio do secretário estadual do Ambiente, André Corrêa, em entrevista ao “Bom Dia Rio”, da TV Globo.


Poluição na Baía de Guanabara prejudica competições como o iatismo - Arquivo

Segundo Corrêa, a despoluição da Baía precisa de pelo menos mais R$ 10 bilhões de investimentos. Hoje, no entanto, o estado não dispõe desses recursos. Por isso, de acordo com o secretário, o governo tentará viabilizar a ampliação do plano de despoluição por meio de parcerias público-privadas.

Corrêa observou, porém, que durante as Olimpíadas, as provas de vela poderão ocorrer normalmente nas raias olímpicas, já que os índices de poluição na região são considerados aceitáveis. A maior preocupação seria manter as raias livres da sujeira flutuante.

— Existem precedentes. Em Sidney (2000), o programa de despoluição da baía da cidade também não foi concluído — disse Corrêa.

Há problemas ainda com a aplicação de recursos já assegurados. Na Barra da Tijuca, a dragagem das lagoas — compromisso mantido como legado ambiental dos Jogos Olímpicos — está paralisada há mais de quatro meses e não passou dos estágios iniciais. O motivo é um impasse com o Ministério Público, que identificou irregularidades no licenciamento ambiental do projeto e propôs que fossem feitas alterações. Corrêa disse que pretende se reunir na semana que vem com o promotor Marfam Vieira, procurador-geral do estado, para discutir o caso.


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