Fundação faz plano para amenizar efeito da chuva no Rio Doce

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Expectativa é que período chuvoso comece neste mês de outubro.

Fundação Renova foi criada após acordo entre Samarco e governos.


Vilmara Fernandes | A Gazeta

A Fundação Renova, criada após acordo firmado pelas empresas Samarco, Vale e BHP, e governos federal, de Minas Gerais e do Espírito Santo, prevê o aumento da turbidez no Rio Doce com a chegada do período chuvoso, nos últimos meses de 2016.


Lama atingiu o Rio Doce em Linhares no dia 21 de novembro (Foto: Divulgação / Lu Marini)
Lama atingiu o Rio Doce em Linhares no dia 21 de novembro (Foto: Divulgação / Lu Marini)

A fundação vai ser responsável pelas ações de reparação e recuperação das áreas afetadas pelos rejeitos de mineração no Vale do Rio Doce.

Um plano emergencial já começou a ser traçado para tentar minimizar os efeitos de uma água ainda mais suja.

A turbidez é o reflexo do que ainda restou da lama de rejeitos de mineração da barragem de Fundão, da empresa Samarco, que rompeu em novembro de 2015 e matou 19 pessoas. Parte do material está distribuído ao longo da calha do rio e deve ser carregado pela chuva.

O risco é de que ela volte a comprometer as atividades econômicas e o abastecimento das cidades. “Sabemos que a chuva ainda vai causar momentos de turbidez no rio , mas não sabemos a intensidade”, explicou o presidente da Fundação Renova Roberto Waak.

Waak disse que há dificuldade para prever a intensidade da chuva e do quanto de turbidez pode ocasionar. Em decorrência disso, explicou ele, a Fundação Renova vem trabalhando com vários cenários e ações que podem ser adotadas.

“São cenários de aumento da turbidez que podem necessitar de ações emergenciais nas estações de tratamento até intervenções maiores no sistema de distribuição de água”, relatou.

A intenção com o planejamento, que inclui um sistema de monitoramento, é conseguir saber, com o maior grau de antecipação que for possível, o que deve ocorrer em cada região.

“Foram construídos vários cenários e sistemas que podem ser disparados caso determinada situação seja atingida”, explicou Waak, que garante que a população vai ser previamente avisada das condições do rio.

Social

 
Outros projetos de recuperação do Vale do Doce incluem o sistema de tratamento de efluentes, a restauração da vegetação das margens dos rios, das nascentes – que começou a ser desenvolvida com o Instituto Terra –, dos topos de morros, da atividade de produção, reintegração da atividade de produção e construção de novas cidades.

“Os projetos da fundação incluem até a recuperação das perdas culturais”, disse Waak.

A curto prazo, até o primeiro semestre do próximo ano, a preocupação tem sido garantir que os rejeitos da barragem sejam contidos, para evitar que os estragos sejam ampliados.

“A longo prazo, queremos restabelecer as condições socioambientais do rio como um todo. Estamos falando em projetos para os próximos 10 anos, como uma concentração de ações nos primeiros três anos”, relatou.

Para o Espírito Santo, o presidente da fundação falou que o foco vão ser as ações de reparação, recomposição e restauração das margens de rios e nascentes. Também querem trabalhar o restabelecimento das propriedades rurais e a geração de negócios voltados para a produção local de pequenas propriedades. Dentre os projetos, tem destaque a produção de viveiros de mudas.




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