Determinação para suspender temporariamente visitação nos parques estaduais do Rio Doce e da Serra do Brigadeiro é do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema).
Por G1 MG
Dois parques mineiros, localizados no Vale do Rio Doce e na Zona da Mata, ficarão fechados temporariamente por causa da ocorrência de febre amarela no estado. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES), este é o pior surto da doença já registrado em Minas Gerais.
Área do Parque Estadual do Rio Doce abrange os municípios de Dionísio, Marliéria, Timóteo (divulgação) |
O fechamento dos parques estaduais do Rio Doce e da Serra do Brigadeiro foram determinados pelo Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema). A decisão atendeu a um pedido da SES, devido ao decreto de situação emergência em 152 municípios situados nas regiões afetadas pela doença.
Nesta quinta-feira (19), o governo de Minas confirmou que 34 pacientes contraíram a doença, sendo que 23 deles morreram. No total, 206 casos foram notificados no estado, e 172 ainda estão sob investigação.
O Parque Estadual do Rio Doce fica em uma área entre as cidades de Dionísio, Marliéria e Timóteo. Já a unidade de conservação da Serra do Brigadeiro abrange os municípios de Araponga, Fervedouro, Miradouro, Ervália, Sericita, Pedra Bonita, Muriaé e Divino.
Em nenhuma dessas cidades, há registro de casos da doença, conforme os dados do boletim da Secretaria de Estado de Saúde desta quinta. Entretanto, de acordo com o Instituto Estadual de Florestas (IEF), os dois parques são os principais a receber visitação pública na região afetada pelo surto. A intenção do Sisema é preservar visitantes e funcionários de um possível contato com o vírus.
Na última semana, um alerta direcionado aos visitantes do Parque Estadual do Rio Doce já havia sido publicado no site do instituto. Segundo o IEF, as unidades de conservação retomarão suas atividades normais assim que a situação seja contornada na região.
Surto em MG
A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, que pode levar à morte em cerca de uma semana se não for tratada rapidamente. De acordo com o Ministério da Saúde, a doença é transmitida por mosquitos e comum em macacos, que são os principais hospedeiros do vírus.
Até o momento, a SES registrou apenas o ciclo silvestre da doença em Minas. Os casos suspeitos ou confirmados estão concentrados em 29 cidades.
As mortes estão relacionadas aos municípios de Ladainha (7), Piedade de Caratinga (2), Ipanema (3), Malacacheta (2), Imbé de Minas (1), São Sebastião do Maranhão (2), Frei Gaspar (1), Itambacuri (2), Poté (1), Setubinha (1), Teófilo Otoni (1).
A maioria dos pacientes mortos era homens, moradores de áreas rurais e, em relação a nenhum deles, há registro de aplicação de vacina contra a doença.
Em 44 municípios do estado há rumores de morte de macacos. Essas cidades ficam nas regiões do Vale do Rio Doce, Vale do Mucuri, Vale do Jequitinhonha, Zona da Mata, Centro-Oeste, Sul de Minas e Triângulo Mineiro. Em outros 13 municípios - no Vale do Rio Doce, Vale do Mucuri, Centro-Oeste e Triângulo Mineiro –, equipes conseguiram coletar amostras de primatas mortos para a realização de exames.