Mais da metade da população da ilha ficou desabrigada, e 95% das construções foram danificadas. Balanço provisório registra ao menos 14 mortes na região do Caribe. Furacão ruma para República Dominicana e Haiti.
Deutsch Welle
Ilhas no Caribe foram deixadas em escombros nesta quarta-feira (06/09) após a passagem do furacão Irma, considerado um dos mais fortes da história e o mais potente já registrado no Atlântico. Ao menos 14 mortos foram contabilizados na região, ameaçada por mais dois furacões. A ilha de Barbuda teve 95% de suas construções danificadas.
Além da devastação, o Irma provocou nove mortes na ilhas francesas de Saint Martin e St. Barts, quatro nas Ilhas Virgens americanas e três em Anguilla, Barbuda e na parte holandesa de Saint Martin (foto). |
O furacão Irma, de categoria 5, a máxima na escala Saffir-Simpson, causou destruição em quatro ilhas diferentes, tendo Antígua e Barbuda sido particularmente atingido.
"Foi uma devastação total", disse o primeiro-ministro do país caribenho, Gaston Browne, após a passagem da tempestade, com ventos de até 300 quilômetros por hora. Segundo ele, 30% das construções da ilha foram completamente destruídas, e a reconstrução levará anos.
A mídia local afirma que o furacão deixou Barbuda "quase inabitável" e "inundada". Os danos foram estimados em cerca de 150 milhões de dólares e deixaram desabrigados cerca de 60% da população de 1.800 habitantes da ilha. Uma criança de 2 anos morreu na ilha.
A ilha de Saint Martin sofreu destruição semelhante. O ministro do Interior da França, Gerard Collomb, confirmou nesta quinta-feira a morte de quatro pessoas na ilha franco-holandesa, outras 50 ficaram feridas. O balanço é provisório, e as estatísticas podem subir, à medida que agentes de resgate conseguem chegar às áreas mais afetadas. A Holanda confirmou uma morte no lado holandês da ilha.
O presidente de Saint Martin, Daniel Gibbs, afirmou, em entrevistas à imprensa local, que nunca antes viu algo parecido e que as paredes de alguns prédios chegaram a tombar. Ele acrescentou ainda que as comunicações da ilha foram completamente interrompidas, e que as tentativas de se contactar outros territórios vizinhos foram infrutíferas.
Além dos mortos em Barbuda e Saint Martin, ao menos uma pessoa morreu na ilha de Anguilla, no nordeste do Caribe. Nas Ilhas Virgens americanas, quatro pessoas morreram.
Em Porto Rico, três pessoas morreram. O governador da ilha Ricardo Rosselló afirmou que o furacão causou a queda de árvores e postes elétricos e advertiu que, embora o Centro Nacional de Furacões tenha suspendido o alerta, as chuvas ainda podem provocar inundações e situações de perigo.
Os astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS) compartilharam imagens da tempestade passando pela região.
Outros furacões rumam para área
As tormentas tropicais José e Katia se converteram na quarta-feira em furacão de categoria 1, se somando ao Irma, informou o Centro Nacional de Furacões (NHC, em inglês) dos Estados Unidos.
José está em mar aberto no Oceano Atlântico e pode seguir o rastro do Harvey, rumando para o Caribe, enquanto o Katia se formou no sudoeste do Golfo do México.
Browne afirmou que pode ser forçado a retirar todos os habitantes de Barbuda, caso o furacão José rume para a região.
Com ventos máximos de 295 km/h, o Irma segue a rota prevista no Caribe e deve atingir o norte da República Dominicana e o Haiti ainda nesta quinta-feira, continuando para o leste de Cuba antes de rumar para a Flórida.
A escala de Saffir-Simpson mede a intensidade de um furacão usando uma tabela que vai de 1 a 5, levando em consideração o potencial de destruição de acordo com a pressão barométrica, elevação do mar e a velocidade dos ventos.