Países precisam ampliar resiliência frente a mudanças climáticas, dizem oficiais da ONU

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Lembrando o crescente impacto de eventos climáticos extremos, oficiais das Nações Unidas — incluindo o secretário-geral da ONU, António Guterres, e o presidente da Assembleia Geral, Miroslav Lajčák — pediram nesta segunda-feira (18) mais esforços para impulsionar a resiliência e fortalecer medidas de mitigação de danos.


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“A temporada de furacões deste ano segue um padrão: mudanças climáticas estão tornando eventos climáticos extremos mais severos e frequentes, empurrando comunidades a um ciclo vicioso de choque e recuperação”, disse Guterres em evento de alto nível sobre o furacão Irma, lembrando que somente no último mês foram registrados quatro fortes furacões no Oceano Atlântico, causando mortes e destruição.


Miroslav Lajčák (direita) e António Guterres durante reunião de alto nível sobre os impactos do furacão Irma. Foto: ONU
Miroslav Lajčák (direita) e António Guterres durante reunião de alto nível sobre os impactos do furacão Irma. Foto: ONU

“Eventos climáticos extremos ligados às mudanças do clima têm impacto no mundo todo, incluindo inundações no sul da Ásia e deslizamentos e secas na África”, acrescentou, lembrando o impacto da elevação do nível e da temperatura dos oceanos.

Além de controlar as emissões de CO2 para ajudar a conter a elevação das temperaturas, assim como os métodos de adaptação, ele pediu mais preparo antes de tempestades, para mitigar seus efeitos e acelerar a recuperação.

Tais esforços, disse, também são importantes para proteger o progresso feito rumo ao desenvolvimento agrícola e econômico, assim como para contribuir para a implementação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

Também discursando nesta segunda-feira, o presidente da Assembleia Geral, Miroslav Lajčák, enfatizou o crescente impacto das mudanças climáticas, lembrando que a atual tendência de emissão de gases do efeito estufa aumenta a probabilidade de eventos climáticos severos.

“O impacto do Irma, Maria e outros eventos recentes nos lembra a importância da adaptação e da resiliência à mudança climática e do fortalecimento dos esforços de mitigação, por meio da implementação do Acordo de Paris (para o clima), que é um marco para um engajamento coletivo rumo à sustentabilidade do planeta”, disse.

“Vamos fazer com que vidas não tenham sido perdidas em vão. Vamos nos inspirar para tomar ações pessoais e coletivas para ajudar as vítimas e sobreviventes a reconstruir suas comunidades, casas e vidas, mais fortes do que nunca.”

A reunião de alto nível foi liderada pelo secretário-geral e pelo presidente da Assembleia Geral, contando também com a participação de uma série de representantes governamentais de Estados-membros da ONU, incluindo Gaston Browne, primeiro-ministro de Antigua e Barbuda; Darren Henfield, chanceler de Bahamas; Bert Koenders, chanceler da Holanda; Alistair Burt, ministro britânico de Desenvolvimento Internacional.

A reunião também teve a participação de Achim Steiner, administrador do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD); Mark Lowcock, coordenador humanitário da ONU; e Kristalina Georgieva, presidente-executiva de reconstrução e desenvolvimento e desenvolvimento internacional do Banco Mundial.

O ator norte-americano Robert De Niro, também presente na reunião, lembrou que a humanidade entrou em uma nova era de “condições climáticas extremas”, exacerbada pelas atividades humanas no planeta Terra, em entrevista à ONU News.

O furacão Irma deixou um rastro de destruição em diversas ilhas do Caribe, afetando Antigua e Barbuda, Anguilla, Ilhas Virgens, Ilhas Virgens Britânicas, São Bartolomeu, Ilha de São Martinho, Porto Rico, República Dominicana, Haiti, Cuba, Bahamas, Ilhas Turcas e Caicos e outras ilhas do Mar do Caribe, atingindo centenas de milhares de pessoas e causando amplos danos econômicos na região.

As agências da ONU têm apoiado a resposta e os esforços de recuperação. A Organização lançou um plano de resposta humanitária de 15,1 milhões de dólares, cobrindo as necessidades urgentes das populações mais vulneráveis afetadas. O plano pretende atingir estimadas 265 mil pessoas afetadas até o fim deste ano.


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