Rejeitos estão perto do município de São José da Varginha. Vale divulgou nesta quarta-feira plano para conter rejeitos de minério no Rio Paraopeba, e já começou a instalar barreiras.
Por G1 — Belo Horizonte
Novo boletim de monitoramento do Rio Paraopeba aponta que a lama de rejeitos da Vale avançou 98 quilômetros a partir da barragem que se rompeu em Brumadinho, na Grande Belo Horizonte. A informação foi divulgada pelo Serviço Geológico Brasileiro nesta quarta-feira (30), às 19h.
Novo boletim de monitoramento do Rio Paraopeba aponta que a lama de rejeitos da Vale avançou 98 quilômetros a partir da barragem que se rompeu em Brumadinho, na Grande Belo Horizonte. A informação foi divulgada pelo Serviço Geológico Brasileiro nesta quarta-feira (30), às 19h.
Caminho da lama: veja por onde passaram os rejeitos da barragem rompida em Brumadinho (MG) — Foto: Betta Jaworski e Alexandre Mauro/G1 |
A mistura de rejeitos e água (pluma) está a cerca de 4 quilômetros da montante da ponte da MG‐060, sobre o rio Paraopeba, no município de São José da Varginha. Na medição anterior, na terça (29), a lama estava 13 quilômetros atrás.
Não há previsão sobre uma possível chegada da lama à represa do Retiro Baixo, na cidade de Pompéu (MG), o que chegou a ser divulgado nos primeiros boletins.
A velocidade da lama, que chegou a mais de 1 km/h nos primeiros dias após a tragédia, estava, nesta terça, entre 0,25 metros por segundo e 0,35 metros por segundo, não foi divulgada nesta quarta.
Houve diminuição da turbidez ao longo do rio Paraopeba, no trecho entre Brumadinho e Mário Campos, indicando que está ocorrendo uma deposição dos sedimentos.
Plano de contenção da Vale
Para impedir que os rejeitos de minério sigam rio abaixo e prejudiquem o abastecimento de água na região de Pará de Minas, a Vale divulgou um plano e começou a instalar barreiras de contenção. A medida pode também impedir que a lama chegue à bacia do Rio São Francisco – afetada gravemente com o rompimento da barragem de Mariana, há 3 anos.
O plano foi apresentado nesta quarta ao Ministério Público e aos órgãos ambientais, segundo informou a companhia. A área impactada foi dividida em três trechos, onde serão realizadas diferentes medidas de contenção e recuperação.
- Trecho 1: Com 10 quilômetros de extensão, considera o entorno da barragem. Serão construídos diques, para reter os rejeitos grossos e pesados, possibilitando a reabilitação da área;
- Trecho 2: no rio Paraopeba, entre Brumadinho e a cidade de Juatuba, com aproximadamente 30 quilômetros. É a região onde está concentrado o material fino (silte e argila), que será dragado e acondicionado para destinação adequada;
- Trecho 3: entre Juatuba e a Usina de Retiro Baixo, é o de maior extensão, com 170 quilômetros. Tem o potencial de receber os sedimentos ultrafinos e, segundo os técnicos, serão realizadas diferentes ações conforme as características do curso d'água e o do material presente no rio. Barreiras de retenção serão instaladas ao longo desse trecho.
O sistema de captação de água de Pará de Minas, no rio Paraopeba, será protegido por três barreiras de retenção. São 115 quilômetros de distância entre a captação do município e a barragem 1, que se rompeu.
Mortos e desaparecidos
O rompimento da barragem em Brumadinho devastou a área administrativa da Vale, casas e propriedades da região. Segundo o último balanço divulgado pelos bombeiros, na noite de quarta-feira, havia 99 mortes confirmadas e 259 pessoas continuavam desaparecidas.