Comitês independentes irão acompanhar assistência às vítimas e apurar causas e responsabilidades pelo rompimento de barragem em MG.
Por G1
A Vale anunciou nesta segunda-feira (28) que o conselho de administração da mineradora decidiu suspender o pagamento de dividendos e juros sobre o capital próprio (remuneração aos acionistas) e de remuneração variável (bônus) aos executivos da empresa.
A Vale anunciou nesta segunda-feira (28) que o conselho de administração da mineradora decidiu suspender o pagamento de dividendos e juros sobre o capital próprio (remuneração aos acionistas) e de remuneração variável (bônus) aos executivos da empresa.
Equipe de resgate busca por vítimas depois do rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho. — Foto: Adriano Machado/Reuters |
As medidas foram aprovadas em reunião extraordinária realizada pelo conselho de administração da mineradora na noite de domingo (27), após o rompimento de uma barragem da empresa, em Brumadinho (MG).
A Vale também anunciou a criação de dois comitês independentes, "coordenados e compostos por maioria de membros externos".
O primeiro será dedicado ao acompanhamento das providências destinadas à assistência às vítimas e à recuperação da área atingida pelo rompimento da barragem. E o segundo será dedicado à apuração das causas e responsabilidades pelo rompimento da barragem.
Os nomes dos integrantes dos "comitês independentes" serão indicados, entretanto, pelo conselho da Vale.
Em dezembro, a Vale tinha estimado em US$ 4 bilhões (cerca de R$ 15 bilhões) a média anual da remuneração mínima aos acionistas para o período entre 2019 a 2021.
Na sexta-feira, dia da tragédia, era feriado em São Paulo, mas as ações da Vale na Bolsa de Nova York caíram cerca de 8%.
No sábado, a agência de risco Standard & Poor's (S&P) colocou o rating da Vale em observação negativa, alertando que poderia cortar a atual avaliação BBB- da empresa em diversos degraus a depender de multas e da possível perda da licença de operação na área afetada.
A Justiça bloqueou durante o fim semana R$ 11 bilhões da empresa, para compensar prejuízos e danos ambientais, além de 2 multas.
Confira a íntegra do comunicado da Vale:
"Em função do rompimento da Barragem I da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), a Vale informa que o Conselho de Administração, em reunião extraordinária, no dia 27.01.2019, deliberou as seguintes medidas de governança:
Com fundamento no Art. 15, §1º do Estatuto Social, constituiu dois Comitês Independentes de Assessoramento Extraordinário (“CIAE”) ao Conselho de Administração, coordenados e compostos por maioria de membros externos, independentes, de reputação ilibada e com experiência nos temas de que se ocuparão, a serem indicadas pelo Conselho.
O primeiro Comitê Independente será dedicado ao acompanhamento das providências destinadas à assistência às vítimas e à recuperação da área atingida pelo rompimento da barragem, de modo a assegurar que serão empregados todos os recursos necessários – “CIAE de Apoio e Reparação”.
O segundo Comitê Independente será dedicado à apuração das causas e responsabilidades pelo rompimento da barragem – “CIAE de Apuração”.
Adicionalmente, deliberou as seguintes mudanças no sistema de remuneração e incentivos:
(i)A suspensão da Política de Remuneração aos Acionistas e, consequentemente, o não pagamento de dividendos e juros sobre o capital próprio, bem como qualquer outra deliberação sobre recompra de ações de sua própria emissão; e
(ii)Suspensão do pagamento de remuneração variável aos executivos.
O Conselho de Administração permanece em prontidão e acompanhando a evolução dos eventos relativos ao rompimento da barragem e tomará as medidas adicionais necessárias."