Levantamento feito pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) analisou perdas na pecuária de corte, cana-de-açúcar e qualidade do solo. Ao menos 2,8 milhões de hectares de propriedades rurais foram afetados.
Por g1
Os incêndios no Brasil causaram um prejuízo estimado em R$ 14,7 bilhões, em 2,8 milhões de hectares de propriedades rurais, entre os meses de junho e agosto de 2024, aponta um levantamento da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Produtor rural observa incêndio consumir uma plantação de cana-de-açúcar perto de Dumont, no interior de SP (24 de agosto) — Foto: Joel Silva/Reuters |
O valor das perdas foram:
O prejuízo na pecuária considera apenas a criação de bois para a produção de carne, atividade conhecida como bovinocultura de corte.
Os estados que tiveram mais prejuízo com os incêndios foram: São Paulo (R$ 2,8 bilhões), Mato Grosso (R$ 2,3 bilhões), Pará (R$2,0 bilhões) e Mato Grosso do Sul (R$ 1,4 bilhão).
Os dados foram calculados utilizando as áreas queimadas de culturas agrícolas apontadas em levantamentos do MapBiomas, e em áreas de pastagem indicadas pelo Laboratório de Sensoriamento remoto e Geoprocessamento (Lapig/IESA/UFG) em sobreposição com as áreas queimadas indicadas pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe).
Os prejuízos foram estimados considerando:
O levantamento deixou de fora outros prejuízos dos produtores rurais, como perda de maquinário, de produtividade e renovação de áreas afetadas.
No fim de agosto, a Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana) cortou a projeção para 370 milhões de toneladas, uma queda de 12% (de 50 milhões de toneladas) em relação à previsão inicial.
"Desde abril, praticamente não choveu nos canaviais", pontou o analista de cana-de-açúcar da Safras e Mercados Maurício Muruci, na ocasião.
José Guilherme Nogueira, CEO da Orplana, explica que a seca deixa a planta de cana mais fina, rachada e a "isoporiza", reduzindo a sua quantidade de açúcar. "A cana acaba não ficando boa para a extração e, portanto, para a produção de açúcar e etanol", diz Nogueira.
Já o fogo gera risco de aparecimento de fungos e bactérias na lavoura, o que inviabiliza o uso da planta para a produção de açúcar e etanol.
- Pecuária e pastagem: R$ 8.106.052,30;
- Cana-de-açúcar: R$ 2.762.773,72;
- Outras culturas temporárias e permanentes: R$ 1.068.357,61;
- Cercas: de R$ 2.824.929,13.
O prejuízo na pecuária considera apenas a criação de bois para a produção de carne, atividade conhecida como bovinocultura de corte.
Os estados que tiveram mais prejuízo com os incêndios foram: São Paulo (R$ 2,8 bilhões), Mato Grosso (R$ 2,3 bilhões), Pará (R$2,0 bilhões) e Mato Grosso do Sul (R$ 1,4 bilhão).
Os dados foram calculados utilizando as áreas queimadas de culturas agrícolas apontadas em levantamentos do MapBiomas, e em áreas de pastagem indicadas pelo Laboratório de Sensoriamento remoto e Geoprocessamento (Lapig/IESA/UFG) em sobreposição com as áreas queimadas indicadas pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe).
Os prejuízos foram estimados considerando:
- o custo de reposição da matéria orgânica em toda a área agropecuária queimada;
- as perdas ocasionadas na produção de cana-de-açúcar que ainda não tinha sido colhida;
- a redução na produtividade do rebanho em razão da limitação de pasto;
- as perdas de cercas em áreas de pastagem;
- e de fósforo e potássio nas camadas superficiais dos solos.
O levantamento deixou de fora outros prejuízos dos produtores rurais, como perda de maquinário, de produtividade e renovação de áreas afetadas.
Cana-de-açúcar já sofria com a seca
Quando a safra de cana-de-açúcar começou, lá em abril, o setor estimava que o estado de SP colheria 420 milhões de toneladas, projeção que foi sendo frustrada pouco a pouco por causa da seca.No fim de agosto, a Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana) cortou a projeção para 370 milhões de toneladas, uma queda de 12% (de 50 milhões de toneladas) em relação à previsão inicial.
"Desde abril, praticamente não choveu nos canaviais", pontou o analista de cana-de-açúcar da Safras e Mercados Maurício Muruci, na ocasião.
José Guilherme Nogueira, CEO da Orplana, explica que a seca deixa a planta de cana mais fina, rachada e a "isoporiza", reduzindo a sua quantidade de açúcar. "A cana acaba não ficando boa para a extração e, portanto, para a produção de açúcar e etanol", diz Nogueira.
Já o fogo gera risco de aparecimento de fungos e bactérias na lavoura, o que inviabiliza o uso da planta para a produção de açúcar e etanol.
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