"China, Brasil, Argentina e a União Européia não puderam chegar a um acordo", disse a autoridade nesta terça-feira, acrescentando que a próxima conferência, em 2007, pode tratar do assunto.
As fábricas produzem como subproduto o gás HFC 23, que provoca o efeito estufa. Mas as regras de comércio de carbono contidas no pacto de Kyoto permitem que donos de fábricas vendam créditos de carbono se destruírem este gás.
A conferência de mudança climática em Nairóbi, que reúne 189 países, não chegou a acordo sobre a ampliação destas regras para fábricas novas.
O pacto de Kyoto estabelece que os países ricos limitem as emissões de gases prejudiciais à atmosfera, mas permite que cumpram esta exigência através do financiamento de cortes de emissão em países em desenvolvimento. Este comércio de carbono girou 5 bilhões de dólares no mundo nos últimos 20 meses.
O comércio da destruição do HFC 23 vem sendo o mais lucrativo de todos.
Por exemplo, o Banco Mundial recebeu o equivalente a 32 milhões de dólares somente em taxas de gerenciamento nos últimos meses para estabelecer dois acordos importantes sobre o HFC 23 na China. As fábricas deste país prometerem destruir cerca de 130 milhões de toneladas de gases nocivos, em acordo de mais de 1 bilhão de dólares.
O ponto problemático para o acordo sobre novas fábricas é que elas produzem também HCFC 22, gás que prejudica a camada de ozônio. Um outro pacto, chamado Protocolo de Montreal, tenta parar a emissão deste gás.
Alguns representantes acham que o pacto de Kyoto não dá incentivos efetivos para as fábricas produtoras de HCFC 22 com o financiamento da destruição do HFC 23.
"Isso vai contra o Protocolo de Montreal", disse a autoridade.
(Por Gerard Wynn)