PATRÍCIA ZIMMERMANN
da Folha Online, em Brasília
O projeto do primeiro ônibus movido a hidrogênio do Brasil deverá sair do papel até novembro de 2007, para circular no Corredor Metropolitano São Mateus/Jabaquara (SP), durante quatro anos.
Essa é a previsão do Ministério de Minas e Energia e da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo, que apresentarão amanhã, em São Bernardo (SP) o projeto desenvolvido em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Global Environmental Facility (GEF) e a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP).
Considerado pelo governo de importância estratégica do ponto de vista energético e ambiental, o projeto do ônibus movido a célula de hidrogênio foi idealizado em 1997, quando tiveram início os estudos de viabilidade para o transporte urbano no Brasil. O objetivo é fazer do projeto um ponto de partida para o desenvolvimento de uma solução mais limpa para o transporte público urbano no país.
O projeto, cujo custo está estimado em US$ 20 milhões, prevê a aquisição, operação e manutenção de até cinco ônibus com célula a combustível hidrogênio, e uma estação de produção de hidrogênio e abastecimento dos ônibus.
A idéia é avaliar a contribuição desse tipo de transporte coletivo (com emissão zero de poluentes) para a redução dos níveis poluentes, além de conhecer melhor a tecnologia para desenvolvê-la e produzi-la no Brasil.
A partir do desenvolvimento do protótipo que deverá circular a partir de novembro do próximo ano, será definido o projeto técnico para a fabricação dos outros ônibus que também serão testados.
O contrato para o fornecimento do primeiro ônibus e toda a infra-estrutura necessária para o abastecimento foi assinado em maio deste ano, com um consórcio de oito empresas nacionais e estrangeiras.
A região metropolitana de São Paulo foi escolhida para o projeto porque abriga a frota de ônibus com maior concentração no mundo, e onde os ônibus possuem um papel importante no transporte urbano. Também contribuíram para justificar a realização do projeto o fato de o Brasil ser o maior mercado mundial de ônibus (19 mil ao ano).
Do ponto de vista ambiental, São Paulo tem hoje um dos maiores problemas de poluição ambiental do planeta. Na região, os veículos motorizados são responsáveis por 90% das emissores de poluentes na atmosfera, o que é agravado pelo fato de a maioria dos ônibus utilizar motores a diesel.
Por outro lado, o Brasil lidera hoje a redução de emissão de gases do efeito estufa através do uso de energia hidrelétrica e de etanol (álcool).
