Águas do rio Uruguai estão contaminadas por venenos

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Elevadas concentrações de amônia, fenóis fosfatos e sulfeto fazem parte do "caldo" de poluentes que contaminam o maior rio gaúcho.

Por Walmaro Paz, exclusivo para EcoAgência Solidária de Notícias Ambientais.

São Borja, RS - As águas do rio Uruguai, que serve de fronteira entre o Brasil e a Argentina, estão contaminadas por níveis elevadíssimos de componentes químicos usados na fabricação de pesticidas agrícolas e adubos químicos. A constatação foi feita por uma equipe do curso de Biológica da Universidade Regional da Campanha (URCAMP), numa pesquisa sobre a qualidade das águas do maior rio gaúcho, que iniciou em fevereiro de 2006 e se prolongará até maio deste ano.

Conforme o médico Luiz Carlos Santos Porto, coordenador do projeto, foram encontradas elevadas concentrações de amônia, fenóis fosfatos e sulfeto, bem acima dos valores máximos referidos pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA). Nos dois pontos de coleta, um no meio do rio e outro na margem brasileira, a concentração de amônia estava em 0.4, cem vezes mais do que o aceitável que é de 0.02. Já, a concentração de fenóis era mil vezes maior do que a aceitável, ou seja, a pesquisa constatou 0.5 e 0.2 enquanto o normal seria de 0.002, o mesmo acontecendo com o sulfeto que aparece na concentração de 1.2 e 1.1 e o recomendável é 0.002. Os fosfatos aparecem em níveis de 3.6 e 1.4 para um recomendável de 0.025, ou seja 100 vezes mais.

Porto explicou que os parâmetros seguidos pela pesquisa em 14 coletas quinzenais de amostras levaram em consideração a classificação das águas no Brasil, artigo 5° da resolução n°20 do CONAMA. A ocorrência destes produtos na análise química é decorrente da utilização de venenos e adubos químicos na agricultura praticada na região.

Segundo ele, a análise microbiológica constatou ainda a presença de coliformes fecais, Escherichia coli e Salmonella. A elevada contagem destes agentes patogênicos - número superior a oito por decilitro - deve-se a contaminação das águas pelo esgoto das populações ribeirinhas e suas criações de animais.

A pesquisa é financiada pela Federação de Amparo a Pesquisa do Rio Grande do Sul (FASPERGS) e está sendo realizada por uma equipe de cinco cientistas da URCAMP.

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