Isabel de Araújo – O Fluminense
No próximo dia 5 será comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente. Para marcar a data, nada melhor do que a certeza de que projetos de preservação e recuperação ambiental estão sendo postos
Em abril, a Superintendência Estadual de Rios e Lagoas (Serla) reiniciou a segunda etapa da revitalização do sistema lagunar de Piratininga-Itaipu, na Região Oceânica. As intervenções prometem renovar toda a água das lagoas a partir do primeiro semestre de 2008.
Além disto, na próxima quarta-feira, será votada a lei de delimitação da área do Parque Estadual da Serra da Tiririca, localizado entre Niterói e Maricá, na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
Em março deste ano, a Companhia Estadual de Água e Esgoto (Cedae) retomou o Programa de Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG), que promete - através da ampliação da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) da Alegria, no Caju, Zona Portuária do Rio, prevista para dezembro - impedir o despejo de uma quantidade equivalente a um Maracanã de esgoto por dia na Baía.
O vice-presidente da Serla, Carlos Abenza, garantiu que o andamento da segunda fase do projeto de revitalização da Lagoa de Piratininga caminha de acordo com o cronograma. No entanto, ele disse que pode ser necessária a complementação do orçamento, em torno de R$ 1,5 milhão, para reparos no traçado original.
"Esta verba já estava prevista. Como estamos perfurando rochas, sabíamos das dificuldades em alguns trechos".
Nesta etapa, orçada em R$ 8,5 milhões, será concluída a escavação dos
Qual o melhor presente para Niterói?
Na semana em que é comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente, O FLUMINENSE ouviu autoridades do setor, que definiram quais seriam as principais melhorias para a cidade
"A renovação das águas do sistema lagunar de Piratininga e Itaipu e a delimitação do Parque Estadual da Serra da Tiririca. Acredito que a realização destes dois projetos, que estão muito bem encaminhados e próximos de uma solução, seriam o melhor para a cidade. Ambos são maiores patrimônios ambientais do município e é fundamental que sejam protegidos ." Carlos Minc, secretário estadual de Ambiente
"A melhoria mais importante seria a conclusão das ligações de esgoto. Atualmente, a cidade tem cerca de 85% dos imóveis conectados, graças a Águas de Niterói. Mas torço para que Niterói seja pioneira com 100% de esgoto tratado. As praias do entorno da Baía serão as mais beneficiadas. Somente assim teremos a total confiança na balneabilidade". Jefferson Martins, secretário municipal de Meio Ambiente
"Acho que o melhor presente para o niteroiense seria ter todas as praias da Baía de Guanabara próprias para o banho. Já a grande melhoria para Niterói fica por conta da necessidade de diminuir a emissão de gases poluentes na atmosfera. Para isso, é fundamental amenizar o quadro dos engarrafamentos no município, que tanto contribui para a poluição do ar". Axel Grael, presidente da Feema
Limites do Parque
A segunda e definitiva votação da Lei 1.901/91, que vai determinar os limites do Parque Estadual da Serra da Tiririca, está marcada para quarta-feira, às 16h, no auditório da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), no Centro do Rio.
O deputado estadual Comte Bittencourt (PPS), que presidirá a sessão onde será votado o projeto de lei, antecipou que serão apresentadas seis emendas para a lei. As duas primeiras seriam relacionadas com a remoção de uma pequena área do limite, referente ao Morro das Andorinhas, entre Itaipu e Itracoatiara, onde residem cerca de 13 famílias.
A terceira diz respeito a permanência de 6 mil famílias que moram no limite do parque com o Engenho do Mato há pelo menos 50 anos. A quarta pede que sejam definidos os limites anteriores ao projeto de lei, indo contra as três primeiras, e as duas últimas pedirão que sejam acolhidos ao limite áreas específicas não divulgadas.
"Acredito que entre estas, apenas três ganhem a simpatia dos parlamentares. A remoção de parte do Morro das Andorinhas e a permanência das famílias tradicionais no Engenho do Mato", comentou.
Fundado em 1991, o parque nunca teve uma delimitação definida. Dotada de uma área composta por mais de
Segundo dados da comissão da Frente de Defesa da Serra da Tiririca, durante os últimos 16 anos, a área já sofreu a perda de cinco quilômetros quadrados para a construção de casas.