Patrimônios naturais, Lagoa de Piratininga e Parque da Serra da Tiririca passam por momentos decisivos

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Isabel de Araújo – O Fluminense

No próximo dia 5 será comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente. Para marcar a data, nada melhor do que a certeza de que projetos de preservação e recuperação ambiental estão sendo postos em prática. Em Niterói, o ano de 2007 serviu para a retomada de dois grandes trabalhos.
Em abril, a Superintendência Estadual de Rios e Lagoas (Serla) reiniciou a segunda etapa da revitalização do sistema lagunar de Piratininga-Itaipu, na Região Oceânica. As intervenções prometem renovar toda a água das lagoas a partir do primeiro semestre de 2008.


Além disto, na próxima quarta-feira, será votada a lei de delimitação da área do Parque Estadual da Serra da Tiririca, localizado entre Niterói e Maricá, na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).


Em março deste ano, a Companhia Estadual de Água e Esgoto (Cedae) retomou o Programa de Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG), que promete - através da ampliação da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) da Alegria, no Caju, Zona Portuária do Rio, prevista para dezembro - impedir o despejo de uma quantidade equivalente a um Maracanã de esgoto por dia na Baía.


O vice-presidente da Serla, Carlos Abenza, garantiu que o andamento da segunda fase do projeto de revitalização da Lagoa de Piratininga caminha de acordo com o cronograma. No entanto, ele disse que pode ser necessária a complementação do orçamento, em torno de R$ 1,5 milhão, para reparos no traçado original.


"Esta verba já estava prevista. Como estamos perfurando rochas, sabíamos das dificuldades em alguns trechos".


Nesta etapa, orçada em R$ 8,5 milhões, será concluída a escavação dos 288 metros do túnel entre a lagoa e o mar, a instalação do sistema de comportas nos canais do Tibau e de Camboatá e Também a dragagem de um canal no local.


Qual o melhor presente para Niterói?


Na semana em que é comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente, O FLUMINENSE ouviu autoridades do setor, que definiram quais seriam as principais melhorias para a cidade

"A renovação das águas do sistema lagunar de Piratininga e Itaipu e a delimitação do Parque Estadual da Serra da Tiririca. Acredito que a realização destes dois projetos, que estão muito bem encaminhados e próximos de uma solução, seriam o melhor para a cidade. Ambos são maiores patrimônios ambientais do município e é fundamental que sejam protegidos ." Carlos Minc, secretário estadual de Ambiente


"A melhoria mais importante seria a conclusão das ligações de esgoto. Atualmente, a cidade tem cerca de 85% dos imóveis conectados, graças a Águas de Niterói. Mas torço para que Niterói seja pioneira com 100% de esgoto tratado. As praias do entorno da Baía serão as mais beneficiadas. Somente assim teremos a total confiança na balneabilidade". Jefferson Martins, secretário municipal de Meio Ambiente


"Acho que o melhor presente para o niteroiense seria ter todas as praias da Baía de Guanabara próprias para o banho. Já a grande melhoria para Niterói fica por conta da necessidade de diminuir a emissão de gases poluentes na atmosfera. Para isso, é fundamental amenizar o quadro dos engarrafamentos no município, que tanto contribui para a poluição do ar". Axel Grael, presidente da Feema


Limites do Parque


A segunda e definitiva votação da Lei 1.901/91, que vai determinar os limites do Parque Estadual da Serra da Tiririca, está marcada para quarta-feira, às 16h, no auditório da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), no Centro do Rio.


O deputado estadual Comte Bittencourt (PPS), que presidirá a sessão onde será votado o projeto de lei, antecipou que serão apresentadas seis emendas para a lei. As duas primeiras seriam relacionadas com a remoção de uma pequena área do limite, referente ao Morro das Andorinhas, entre Itaipu e Itracoatiara, onde residem cerca de 13 famílias.


A terceira diz respeito a permanência de 6 mil famílias que moram no limite do parque com o Engenho do Mato há pelo menos 50 anos. A quarta pede que sejam definidos os limites anteriores ao projeto de lei, indo contra as três primeiras, e as duas últimas pedirão que sejam acolhidos ao limite áreas específicas não divulgadas.


"Acredito que entre estas, apenas três ganhem a simpatia dos parlamentares. A remoção de parte do Morro das Andorinhas e a permanência das famílias tradicionais no Engenho do Mato", comentou.


Fundado em 1991, o parque nunca teve uma delimitação definida. Dotada de uma área composta por mais de 20 quilômetros quadrados de floresta remanescente de Mata Atlântica, a serra vem sofrendo desde sua fundação com invasões, depredação e comercialização de loteamentos.


Segundo dados da comissão da Frente de Defesa da Serra da Tiririca, durante os últimos 16 anos, a área já sofreu a perda de cinco quilômetros quadrados para a construção de casas.

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