O coordenador de projetos do WWF, Rickford Viera, disse que a poluição com mercúrio constitui "um grave problema", apesar de os brasileiros terem ajudado a aumentar a produção de ouro desde que começaram suas operações na região.
"Enquanto os mineiros seguirem jogando mercúrio nas minas, e queimando o vapor, continuaremos tendo problemas de poluição", disse Viera.
Os processos mecanizados dos brasileiros, que ajudaram a agilizar a produção, também aumentaram as agressões ao meio ambiente, disse Viera.
O mercúrio é uma perigosa toxina que pode provocar danos cerebrais.
Apesar das estritas leis ambientais guianenses, o WWF diz que a falta de equipamento dos fiscais do país contribui para o agravamento da situação.
O secretário-executivo da GGDMA, Tony Shields, negou que mineiros guianenses poluam os rios que os índios utilizam para pescar e realizar seus afazeres domésticos.
Shields acusou os responsáveis da Comissão de Geologia e Minas de Guiana de se recusarem a cumprir a lei, por receberem subornos dos mineiros.
Após o esgotamento das reservas de ouro e diamantes do Brasil, na década 90, os mineiros brasileiros começaram a entrar de maneira ilegal na Guiana, no Suriname e na Guiana Francesa.
Estima-se a existência de pelo menos dois mil mineiros brasileiros na Guiana, que produzem cerca de 200 mil onças de ouro ao ano.