PREMIER NORUEGUÊS PRETENDE DEBATER PRESERVAÇÃO COM LULA

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Rosana Hessel - A repórter viajou a convite da embaixada da Noruega

Oslo (Noruega), 25 de Agosto de 2008 - Em meio à movimentação do mercado em torno da descoberta do petróleo do pré-sal no litoral brasileiro, Jens Stoltenberg, primeiro-ministro da Noruega, quinto maior exportador mundial de petróleo, se prepara para uma visita de Estado ao Brasil a partir de 15 de setembro. Stoltenberg virá ao País com uma pauta focada em três pontos principais: a cooperação política e integração entre os dois países, a questão da economia e energia e, por último, meio ambiente.

"Estou bastante ansioso para ir ao Brasil. Estamos muito impressionados com o desenvolvimento econômico brasileiro nos últimos anos. O País se tornou uma potência global e estamos interessados e ansiosos em estabelecer um relacionamento mais próximo entre os dois governos", disse o premiê norueguês para um grupo de quatro jornalistas brasileiros, em seu escritório em Oslo, a capital norueguesa, na sexta-feira.

O primeiro-ministro elogiou as iniciativas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de buscar alternativas de fontes de energias renováveis, como o desenvolvimento de biocombustíveis, e também o combate à pobreza no País. Stoltenberg visitará o Rio de Janeiro, Brasília e Manaus, onde visitará áreas da floresta amazônica.

A floresta amazônica, junto com o petróleo, será o assunto principal das conversas de Stoltenberg com Lula. Durante a visita ao Brasil, o premier anunciará uma doação do governo norueguês para o fundo brasileiro de preservação da Amazônia. O valor não foi revelado pelo premier. "Ele será divulgado durante a assinatura do acordo", afirmou.

"Cerca de 20% das emissões globais de gases causadores do efeito estufa são resultados do desmatamento. A Amazônia é importante porque é a maior floresta tropical do mundo, e vamos concentrar nossos esforços para cooperar com o governo brasileiro no combate ao desmatamento da Amazônia", disse Stoltenberg. Ele procurou destacar o sistema de monitoramento das florestas brasileiras e o fato de o governo brasileiro ter conseguido reduzir o desmatamento nos últimos anos. "Vamos ajudar o governo brasileiro a combater o desmatamento da Amazônia e a única coisa que vamos querer em troca é a preservação dela. Não temos uma segunda agenda", afirmou.

De acordo com o premier, já existe um intercâmbio entre os dois países nesse sentido e a troca de informações tem sido constante, tanto em nível técnico quanto no âmbito nível ministerial. "Estamos impressionados com a estrutura de monitoramento da floresta do Brasil. Isso não existe nos outros países", acrescentou.

O governo da Noruega criou um fundo de preservação das florestas tropicais. O parlamento da Noruega aprovou este ano para esse fundo a liberação de US$ 3 bilhões que serão aplicados nos próximos cinco anos, mas esse valor poderá ser maior ainda, informou o premier. Em junho, a Noruega doou junto com o governo britânico 100 milhões de libras (R$ 301,6 milhões) para o governo do Congo para serem aplicados no fundo de preservação das florestas tropicais do pais africano. "A preservação das florestas tropicais é a forma mais barata e eficaz para a diminuição dos gases causadores do efeito estufa", lembrou o coordenador de programas da Rainforest Foundation da Noruega, Torkjell Leira, com base em estudos ambientais.

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